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Senado dos EUA contraria Trump e passa repreensão oficial à Arábia Saudita

13/12/2018 20h39

Por Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) - O Senado dos Estados Unidos fez uma rara repreensão dupla ao presidente Donald Trump em relação à Arábia Saudita nesta quinta-feira, votando para encerrar o apoio militar dos Estados Unidos na guerra no Iêmen e para culpar o príncipe da coroa saudita pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi. 

Os votos foram simbólicos. Para se tornarem leis, as resoluções precisam ser aprovadas na Câmara dos Deputados, onde os líderes republicanos bloqueiam qualquer legislação destinada a repreender os sauditas. 

Em uma votação histórica, os senadores votaram em 56 x 41 para encerrar o suporte militar dos Estados Unidos para a campanha liderada pela Arábia Saudita no Iêmen.

Foi a primeira vez que uma câmara do Congresso apoiou uma moção para retirar forças norte-americanas de um comprometimento militar estrangeiros sob o Ato das Potências de Guerra.

O Ato, aprovado em 1973 durante a Guerra do Vietnã, limita as capacidades do presidente em comprometer forças militares a potenciais hostilidades sem aprovação do Congresso. 

Sete dos colegas republicanos de Trump se juntaram a democratas para apoiar a medida. 

Imediatamente após a votação na questão do Iêmen, o Senado passou uma resolução de forma unânime culpando o príncipe da coroa saudita, Mohammed bin Salman, pelo assassinato de Khashoggi, insistindo que a Arábia Saudita puna os responsáveis pela morte do jornalista.

Trump disse que quer Washington ao lado do governo saudita, e de seu príncipe. Ele prometeu vetar a resolução.

Mas apoiadores da resolução e de ações contra os sauditas, incluindo alguns colegas republicanos de Trump, prometeram seguir adiante.