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Reino Unido diz que repórteres da Reuters presos em Mianmar são inocentes

21/12/2018 16h53

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - O ministro de Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, disse nesta sexta-feira que dois repórteres da Reuters presos em Mianmar por violar a Lei de Segredos Oficiais do país são inocentes e que o Reino Unido tem sérias preocupações sobre o processo do caso.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram considerados culpados em setembro após julgamento no tribunal distrital de Yangon, em um caso que tem posto em dúvida o avanço democrático em Mianmar e desencadeado grande repreensão de diplomatas e ativistas de direitos humanos.

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, disse em setembro que a prisão dos repórteres não teve nenhuma relação com a liberdade de expressão. Suu Kyi disse ainda que eles não foram presos por serem jornalistas.

Em um indício do nível de preocupação entre potências mundiais sobre o caso, o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido tomou a medida incomum de gravar um vídeo expressando seu apoio aos jornalistas da Reuters.

"Queremos que o mundo lembre desses dois jornalistas, não apenas porque acreditamos que eles são inocentes, mas também porque esse foi um ano no qual vimos um grande aumento no número de jornalistas que foram presos e realmente muito pior --assassinados", disse Hunt.

Até o dia 1º de dezembro, 251 jornalistas foram presos por realizar seu trabalho, afirmou o Comitê para a Proteção dos Jornalistas em estudo anual publicado no início deste mês.

Quando foram detidos, os repórteres da Reuters estavam investigando o assassinato de 10 muçulmanos rohingya em Mianmar, como parte de uma resposta militar a ataques insurgentes.