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Militantes invadem prédio do governo na capital afegã e fazem reféns

24/12/2018 15h25

Por Abdul Qadir Sediqi

CABUL (Reuters) - Militantes invadiram um edifício do governo na capital do Afeganistão, Cabul, nesta segunda-feira, tomando civis como reféns enquanto trocavam tiros com soldados afegãos, disseram autoridades.

O ataque começou à tarde quando um homem bomba explodiu um carro do lado de fora do Ministério de Obras Públicas.

Um tiroteio se seguiu, com centenas de funcionários do governo dentro do edifício, disse Nasrat Rahimi, autoridade do Ministério do Interior. Nenhum grupo reivindicou imediatamente a responsabilidade pelo ataque.

Rahimi afirmou que dois militantes foram mortos, mas homens armados em um prédio do governo próximo dali estavam trocando fogo com as forças de segurança.

“Mais de 200 pessoas foram evacuadas pelas forças de segurança, mas muitos ainda estão sendo mantidas reféns pelos militantes”, disse ele.

Pelo menos quatro pessoas feridas nos confrontos foram levadas ao hospital, de acordo com um porta-voz do Ministério da Saúde.

Uma autoridade trabalhando em edifício governamental afirmou que funcionários se trancaram em seus escritórios após escutarem explosões e tiros de fogo.

Ataques a escritórios do governo são frequentes e são geralmente realizados pelo Taliban Islâmico, que está lutando para expulsar forças estrangeiras de províncias estratégicas, derrubar o governo apoiado pelo Ocidente e restaurar sua versão da lei islâmica de linha dura.

A guerra de 17 anos com o Taliban viu tanto o combate quanto a diplomacia se intensificarem nos últimos meses.

Na quinta-feira, uma autoridade afirmou que o presidente norte-americano Donald Trump estava planejando retirar pelo menos 5 mil, das 14 mil tropas no Afeganistão, um dia após Trump anunciar, inesperadamente, que tropas norte-americanas na Síria seriam retiradas.

Os Estados Unidos foram à guerra no Afeganistão em 2001 logo após os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center em Nova York e ao Pentágono em Washington, buscando expulsar os militantes do Taliban que abrigaram o militante crescido na Arábia Saudita Osama bin Laden, que liderou os planos de realizar os ataques.

No presente, tropas norte-americanas formam o grosso da Missão Apoio Resoluto, da Otan, para treinar e aconselhar forças afegãs que lutam contra o Taliban e o grupo militante Estado Islâmico. Outras são parte de uma missão de contra terrorismo liderada pelos EUA.

A perspectiva de uma retirada dos Estados Unidos tem gerado uma incerteza generalizada no Afeganistão, devastado pela guerra.

Com a piora da segurança, o presidente afegão Ashraf Ghani substituiu seus ministros de Defesa e do Interior neste domingo, por dois oponentes intransigentes do Taliban.