Bolsonaro mostra preocupação sobre futuro da Embraer, ações despencam
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que é favorável à aliança da Embraer
Em evento junto a representantes da Aeronáutica, na Base Aérea de Brasília, Bolsonaro disse que "seria muito boa essa fusão... mas é uma preocupação nossa daqui cinco anos tudo ser repassado para o outro lado. É um patrimônio nosso".
"Sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela (Embraer) consiga competitividade... não venha a se perder com o tempo", acrescentou Bolsonaro, sem informar quando e se usará o poder de veto da União sobre o negócio anunciado no ano passado.
Pelo estatuto da Embraer, após o acordo anunciado em 17 de dezembro, a União teria 30 dias para se manifestar sobre o acordo com a Boeing. Após esse prazo, o conselho de administração da empresa se reúne para ratificar o acordo e convoca uma assembleia de acionistas em que a União poderá ter mais uma chance de vetar a operação.
As ações da Embraer que tinham perda ao redor de 1 por cento mais cedo, acentuavam queda após os comentários do presidente, recuando 5,25 por cento às 16h46, maior baixa do Ibovespa <.BVSP>. O recuo também fazia o papel anular ganhos registrados desde 17 de dezembro, quando Embraer e Boeing anunciaram acordo com termos finais para a parceria na área comercial e uma aliança na comercialização do cargueiro KC-390.
Para o economista-chefe da gestora Infinity, Jason Vieira, as declarações de Bolsonaro sobre preocupação com o futuro da Embraer abriram espaço para alguns agentes do mercado embolsarem lucros em meio à falta de notícias concretas sobre a fusão com a Boeing. "Ele (Bolsonaro) só está contradizendo o que já tinha dito antes e falta notícia mais concreta em relação ao futuro da empresa, por isso a realização de lucros", disse Vieira.
A Embraer aceitou vender 80 por cento de sua divisão de aviação comercial, a principal da empresa, para a Boeing
O acordo, que aguarda há meses aprovação do governo e já elevou o valor da divisão comercial da Embraer de 4,75 bilhões para 5,26 bilhões de dólares, não envolve os negócios da empresa brasileira nas áreas de aviação executiva ou de defesa.
"Os comentários de Bolsonaro pesam um pouco... Qualquer ruído ou preocupação com a última proposta de fusão mexem na ação, embora não atrapalhem (o acordo)", disse o analista da Guide Investimentos Rafael Passos. "Não vejo nenhum motivo para ele barrar a operação, mas é um ruído que mexe no papel."
No final do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) derrubou uma segunda liminar que suspendia a negociação entre a Embraer e a Boeing.
(Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle em Brasília, com reportagem adicional Gabriela Mello em São Paulo)
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