"Não somos peixes": cresce frustração entre imigrantes à deriva no Mediterrâneo
Por Darrin Zammit Lupi
A BORDO DO SEA-WATCH 3 (Reuters) - Após duas semanas à deriva no mar e castigados por tempestades de inverno, os imigrantes a bordo de um navio de resgate ficam cada vez mais frustrados, os recursos se escasseiam e a tripulação se esgota, enquanto nenhum país europeu aceita oferecer um porto seguro para a embarcação.
O Sea-Watch 3, embarcação capitaneada por um grupo humanitário alemão, resgatou 32 pessoas de um barco em mau estado próximo ao litoral da Líbia em 22 de dezembro, incluindo três crianças pequenas e adoentadas e quatro adolescentes que viajam sozinhos.
A embarcação encontra-se agora em águas de Malta, protegendo-se dos fortes ventos e do mar agitado. Em um ato de desespero, um migrante pulou nas águas gélidas nesta sexta-feira, numa tentativa de alcançar a costa, mas foi rapidamente recolhido de volta a bordo pelos tripulantes.
“Estamos aqui neste barco e não entendemos o que está acontecendo”, disse à Reuters Bob Kiangala, da República Democrática do Congo.
“Não somos peixes, não somos tubarões, somos seres humanos como todo mundo. Fizemos essa travessia, arriscamos nossas vidas para chegar à Europa, e agora que chegamos, a Europa rejeita, e não sabemos por quê”, disse ele.
Outra embarcação de um grupo humanitário alemão, o Sea-Eye, também encontra-se nas águas de Malta com mais 17 pessoas resgatadas em 29 de dezembro a bordo.
Nesta semana, mais duas dezenas de grupos humanitários, incluindo a Anistia Internacional e a Organização Mundial para as Migrações das Nações Unidas, pediram que a União Europeia forneça um porto seguro para ambas as embarcações.
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