Trump ameaça declarar emergência nacional para construir muro na fronteira com o México

WASHINGTON (Reuters) - Em negociações por vezes agressivas, na sexta-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líderes do Partido Democrata fracassaram em alcançar um acordo com o objetivo de encerrar uma paralisação parcial do governo dos EUA, ocasionada pela disputa em torno de uma verba de US$ 5 bilhões para a construção de um muro na fronteira com o México.
Trump não descarta declarar emergência nacional para construir o muro. Autoridades do governo, lideradas pelo vice-presidente Mike Pence, e assessores parlamentares devem se reunir nesse fim de semana para tentar resolver o impasse.
O líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, disse que seus correligionários disseram a Trump, numa reunião na Casa Branca, para encerrar a paralisação, que já dura duas semanas. "Ele resistiu", contou Schumer. "Na verdade, ele disse que continuaria com o governo fechado por um longo período, meses ou até mesmo anos."
Trump confirmou a declaração, mas pintou um quadro mais positivo sobre a reunião, a primeira desde que os democratas assumiram a maioria na Câmara dos Deputados, na quinta.
"Com certeza, eu disse isso. Não que vá ser assim, mas estou preparado", disse Trump aos jornalistas. "Espero que não se estenda nem por mais alguns dias. Pode-se abrir [o governo] bem rápido."
"Tivemos uma reunião muito, muito produtiva, e avançamos bastante", afirmou Trump.
Emergência Nacional
O presidente ameaçou medidas extraordinárias para construir o muro, que ele diz ser necessário para conter o fluxo de imigrantes ilegais e drogas para os Estados Unidos.
Perguntado por um repórter se ele considerava declarar uma emergência nacional para construir o muro, Trump disse: "Sim, eu tenho ... eu posso fazer isso ... Mas podemos convocar uma emergência nacional e construí-lo muito rapidamente".
Ele afirmou que poderia declarar uma emergência nacional "por causa da segurança de nosso país".
Cerca de 800 mil servidores estão sem receber salários devido à paralisação de cerca de um quarto do governo federal pelas últimas duas semanas, com Trump se negando a sancionar qualquer lei orçamentária para a volta do financiamento integral do governo que não preveja recursos para o muro.
A paralisação parcial começa a mostrar sinais de estar prejudicando o sistema de imigração norte-americano, e tem sido apontada como responsável por aumentar o acúmulo de processos nos tribunais e por dificuldades na contratação de funcionários.
Ao prometer construir o muro em sua campanha de 2016 --projeto com custo estimado em torno de US$ 23 bilhões--, Trump disse que o México pagaria pela obra. O país vizinho rejeita a ideia.
Democratas consideram o muro imoral, ineficaz e medieval.
Recém-eleita presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi disse que a reunião desta sexta-feira teve momentos de tensão.
"Acabamos de completar uma longa e por vezes disputada conversa com o presidente", disse ela a jornalistas, acrescentando que ambos os lados concordaram em prolongar as negociações.
"Mas nós reconhecemos, do lado democrata, que realmente não podemos resolver isso antes de reabrirmos o governo e deixamos isso bem claro para o presidente", afirmou.
(Reportagem adicional de Susan Heavey, Susan Cornwell, Tim Ahmann e Lisa Lambert)
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