Procurador-geral do Peru renuncia em meio a investigação da Odebrecht
Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - O procurador-geral do Peru, Pedro Chávarry, disse que irá renunciar nesta terça-feira, em meio à crescente indignação pública com a maneira como tem lidado com a investigação de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.
A decisão de Chávarry acontece pouco mais de uma semana depois que ele demitiu dois importantes promotores do inquérito, uma medida que desencadeou ampla condenação e uma ameaça do presidente peruano, Martín Vizcarra, de suspendê-lo.
Chávarry negou as acusações de que estaria tentando interferir na investigação e, mais tarde, reconvocou os dois promotores, ambos admirados no Peru como combatentes da corrupção.
Entretanto, a reversão não foi suficiente para acalmar muitos peruanos, que têm continuado a protestar contra Chávarry.
Na noite de segunda-feira, Chávarry disse em comunicado que irá apresentar sua renúncia do Ministério Público peruano às 10h (13h no horário de Brasília) desta terça-feira por “respeito a minha instituição”.
A decisão de Chávarry marca uma importante vitória para o presidente Vizcarra que, na semana passada, enviou ao Congresso uma legislação para suspender o procurador-geral do cargo.
Vizcarra, que substituiu o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski após sua renúncia devido a um escândalo de corrupção no ano passado, tem feito do combate à corrupção o foco de seu governo.
Os dois promotores inicialmente demitidos por Chávarry, Rafael Vela e José Domingo Pérez, são vistos como figuras essenciais na investigação da Odebrecht no Peru.
Os dois haviam recentemente elaborado um acordo de leniência que obrigava a construtora a fornecer evidências sobre 30 milhões de dólares em propinas que a empresa admite ter pago a políticos locais.
A investigação contra a Odebrecht foi deflagrada pela operação Lava Jato no Brasil e repercute na América Latina, no que procuradores dos Estados Unidos disseram ser o maior esquema de corrupção política já revelado.
Em 2016 a Odebrecht admitiu ter pago milhões de dólares em propinas a autoridades de diversos países para obter contratos de obras públicas ao longo de uma década, e se comprometeu a pagar multas de bilhões de dólares.
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