SAIBA MAIS-O que pode acontecer se a premiê britânica May perder a votação sobre acordo do Brexit
Por William James
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, deverá provavelmente enfrentar derrota no Parlamento na terça-feira, quando pedirá a parlamentares que aprovem o acordo de Brexit negociado por ela - uma decisão que pode desencadear enorme incerteza sobre o futuro da saída do Reino Unido da União Europeia.
May alertou que uma rejeição ao seu acordo abre a possibilidade de uma paralisação do Brexit, ou que o Reino Unido deixe a UE disruptivamente sem um acordo. Ela prometeu responder rapidamente a qualquer derrota.
Abaixo, alguns possíveis próximos passos caso ela perca:
DE VOLTA AO PARLAMENTO
May deverá submeter um novo plano com os próximos passos do Reino Unido até 21 de janeiro. Não está claro qual o "Plano B" de May, mas parte da imprensa local tem reportado que ela pedirá ao Parlamento que vote novamente o acordo, talvez após buscar uma nova rodada de garantias da UE.
Alguns parlamentares têm lançado a ideia de que o Parlamento poderá, em um afastamento temporário das convenções britânicas, assumir controle do processo longe do governo e entregá-lo a um comitê de parlamentares de todo o espectro político.
Não está claro se esse plano é tecnicamente possível, ou se tem apoio suficiente para ter sucesso. O governo disse que qualquer tentativa de impedi-lo de atender sua obrigação legal de entregar uma saída ordenada da UE seria extremamente preocupante.
RENUNCIAR
May poderia renunciar como líder do Partido Conservador, desencadeando uma disputa interna para substituí-la, sem uma eleição geral.
DEPOSTA
May enfrentou uma tentativa de retirá-la como líder do Partido Conservador em dezembro, vencendo um voto de confiança por 200 votos a 117. O resultado significa que sua posição como líder do partido não pode ser desafiada por 12 meses.
MOÇÃO DE CENSURA
O Partido Trabalhista, legenda de oposição, disse que convocará uma moção de censura ao governo caso o acordo de May seja rejeitado, mas não especificou exatamente quando.
Se a maioria dos parlamentares votar contra o governo de May, o Partido Trabalhista teria 14 dias para provar, por votação, que pode comandar a maioria e formar seu próprio governo. Isso permitiria à sigla assumir o controle do país sem uma eleição.
DE VOLTA ÀS URNAS
Se o governo de May perder o voto de confiança e o Partido Trabalhista não conseguir formar um novo governo, uma eleição é convocada. May também pode convocar uma eleição geral caso dois-terços de membros do Parlamento concordem com isso. May disse que uma eleição geral não está no interesse nacional.
OPÇÕES DE LONGO PRAZO:
SEGUNDO REFERENDO:
A rota para um segundo referendo sobre o Brexit - ou uma votação popular - não é clara.
Mas, a menos que o plano de dar controle do processo ao Parlamento tenha sucesso, isso exigiria o apoio do governo no poder. Um novo referendo só pode ser convocado caso seja aprovado pelo Parlamento.
Com May obstinadamente contrária a um segundo referendo, e o Partido Trabalhista não comprometido com --mas sem descartar-- um segundo referendo, seria necessária uma mudança de primeiro-ministro, uma mudança de governo ou uma mudança abrupta na política.
Um grupo cada vez mais vocal de parlamentares de todo o espectro político apoia uma nova votação para romper o impasse no Parlamento. Mas até agora não foram capazes de provar se há uma maioria no Parlamento para esta visão.
Mesmo que o Parlamento concordasse em princípio sobre um segundo referendo, o Reino Unido teria que pedir uma extensão no cronograma para deixar a UE.
ADIAR OU CANCELAR O BREXIT
O governo pode tentar estender o período de negociação com a UE para ter tempo de alcançar um acordo melhor, realizar eleições gerais ou conduzir um segundo referendo.
O governo também pode tentar retirar seu aviso de intenção de deixar a UE --algo que o advogado-geral do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) disse ser permitido, em um documento formal, mas não vinculante, que o TJUE costuma respeitar.
May afirmou não querer adiar a saída do Reino Unido da UE, e que não irá revogar o aviso de intenção de deixar o bloco.
(Reportagem de William James)
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