Agência de espionagem alemã investigará partido de oposição por extremismo
BERLIM (Reuters) - A agência de espionagem interna alemã irá investigar o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) para determinar se as políticas da legenda anti-imigração violam as garantias constitucionais do país contra o extremismo, disse o chefe da instituição nesta terça-feira.
O Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV, na sigla em alemão) classificou o principal partido de oposição da Alemanha como um “caso para investigar”, disse o chefe da inteligência interna, Thomas Haldenwang, mas a investigação não consistirá em uma vigilância completa do AfD.
A Constituição alemã contém rígidas proteções contra o extremismo, permitindo o monitoramento e até a proibição de partidos de extrema-direita ou esquerda. A medida é rara, mas o BfV já monitorou outros partidos políticos.
O AfD ganhou força no Parlamento alemão na eleição de 2017, retirando votos de partidos mais tradicionais ao focar na preocupação dos eleitores quanto à imigração. A legenda está representada em todos os 16 Parlamentos regionais da Alemanha.
“O BfV tem indícios iniciais de que as políticas do AfD vão contra a ordem democrática constitucional”, disse Haldenwang durante coletiva de imprensa em Berlim.
“Mas, esses indícios não estão suficientemente concentrados para começar a monitorar o partido usando métodos de espionagem”, acrescentou.
Haldenwang, cujo predecessor Hans-Georg Maassen foi substituído devido a sua suposta simpatia pela extrema-direita, disse que a agência de espionagem prestará mais atenção a ala jovem do AfD e a indivíduos próximos ao líder regional do partido Bjoern Hoecke.
Hoecke descreveu o principal monumento da Alemanha em homenagem a vítimas do Holocausto como um “monumento da vergonha”. O BfV disse que alguns membros próximos de Hoecke têm ligações com organizações já classificadas como extremistas.
O líder do AfD Alexander Gauland criticou o anúncio de Haldenwang: “É completamente claro que nós pensamos que essa decisão do BfV é errada. Também é completamente claro que vamos tomar ações legais contra essa decisão.”
(Reportagem de Michelle Martin; Reportagem Adicional de Andrea Shalal)
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