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Aliado de longa data de Trump é preso em investigação de procurador especial Mueller

25/01/2019 12h00

Por Nathan Layne e Susan Heavey

WASHINGTON (Reuters) - Roger Stone, um aliado de longa data e assessor de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi preso nesta sexta-feira, acusado de obstrução, manipulação de testemunhas e de fazer declarações falsas, de acordo com o indiciamento de um grande júri tornado público pelo escritório do procurador especial Robert Mueller.

Stone, que afirmava repetidamente em entrevistas que provavelmente seria indiciado, deve comparecer a um tribunal federal em Fort Lauderdale, Flórida, ainda nesta sexta-feira, segundo o escritório de Mueller.

Ele tem passado por minuciosa análise devido a seu apoio a Trump durante a campanha presidencial de 2016, quando insinuou que teve acesso a informações obtidas por hackers que poderiam envergonhar democratas, incluindo a adversária de Trump na disputa pela Casa Branca, Hillary Clinton.

Stone, que foi indiciado na quinta-feira, enfrenta uma acusação de obstrução de procedimento oficial, cinco acusações por fazer declarações falsas e uma acusação de manipulação de testemunhas, de acordo com o escritório do procurador especial.

De acordo com o indiciamento, Stone falou com autoridades da campanha de Trump sobre o que era chamado de Organização 1, e sobre “informações que poderia ter tido que seriam prejudiciais à campanha de Clinton”.

A Organização 1 se enquadra em descrições do Wikileaks, destinado a publicar informações confidenciais fornecidas por fontes anônimas.

Stone também foi “contatado por graduadas autoridades da campanha de Trump para questionar sobre futuras divulgações” da “Organização 1”, de acordo com o indiciamento.

Além disso, Stone “tomou passos para obstruir” investigações de comitês de inteligência da Câmara dos Deputados e do Senado sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016, segundo procuradores.

Stone “enviou e recebeu diversos emails e mensagens de texto durante a campanha de 2016 nos quais ele discutiu a Organização 1, sua liderança, e sua posse de emails hackeados”.

Stone ainda possuía diversas dessas comunicações quando deu falso testemunho sobre elas, afirmaram procuradores no indiciamento.

Ele também tentou convencer uma testemunha a prestar depoimento falso e a omitir informações das investigações parlamentares, segundo o indiciamento.

O senador Mark Warner, o principal democrata do Comitê de Inteligência do Senado, não tinha comentário de imediato, de acordo com assessor. Representantes dos líderes dos dois comitês parlamentares que interrogaram Stone não puderam ser encontrados de imediato para comentar.

(Reportagem de Susan Heavey, Nathan Layne, Mark Hosenball e Ginger Gibson)