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Parlamento espanhol rejeita orçamento do governo e abre caminho para nova eleição

O primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez em um encontro promovido pela agência de notícias Reuters, em Nova York - Shannon Stapleton/ Reuters
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez em um encontro promovido pela agência de notícias Reuters, em Nova York Imagem: Shannon Stapleton/ Reuters

13/02/2019 12h20

O Parlamento da Espanha rejeitou o esboço de orçamento do governo para 2019 hoje, abrindo caminho para uma eleição nacional.

Ontem, fontes do governo e do partido socialista do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disseram à Reuters que ele convocaria uma eleição antecipada se o esboço fosse rejeitado, e que 14 e 28 de abril seriam as datas mais prováveis.

Os socialistas têm menos de um quarto dos assentos no Parlamento e precisavam do apoio de partidos regionais menores, inclusive os catalães, para aprovarem a proposta de orçamento.

Mas os partidos catalães, insatisfeitos com a recusa de Madri de cogitar ou debater, entre outras questões, um referendo de independência para a região do nordeste do país, votaram contra a proposta, assim como a centro-direita e os conservadores.

"Isto mostra que a ala direita deste país está determinada a impedir o progresso social", disse a ministra do Orçamento, Maria Jesús Montero, aos repórteres, a primeira reação do governo à votação.

Ao todo, 191 parlamentares votaram contra o orçamento e 158 a favor, e houve uma abstenção.

O líder do conservador Partido Popular, Pablo Casado, classificou o resultado como "uma moção de desconfiança de fato contra Pedro Sánchez".

Após o voto, as ações espanholas recuaram e o spread dos títulos do governo aumentou na comparação com os papéis alemães, mais seguros.

As fontes políticas disseram nesta quarta-feira que ainda não está claro quando a eleição será anunciada, mas também que Sánchez quer um pleito o mais cedo possível para mobilizar os eleitores simpatizantes da esquerda na esteira de um comício de três partidos de direita em Madri no domingo, inclusive a sigla de extrema-direita Vox, que cresceu nas pesquisas de opinião graças ao aumento do sentimento anti-catalão em toda a Espanha.

As divisões profundas entre espanhóis pró-união e secessionistas da Catalunha foram sublinhadas na terça-feira, início do julgamento de 12 separatistas acusados de rebelião após uma tentativa de separação em outubro de 2017.