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Ocidente eleva gastos com defesa para se manter à frente de tecnologia da China

15/02/2019 14h01

MUNIQUE (Reuters) - Os Estados Unidos lideraram um aumento de gastos do Ocidente com a defesa em 2018 para se manterem à frente de progressos de tecnologia militar avançada da China e da Rússia, mostrou um relatório nesta sexta-feira.

E o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionará Estados europeus a gastarem ainda mais durante uma conferência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em abril, informou o Instituto Internacional para Estudos de Segurança (IISS, na sigla em inglês).

    Juntas, as potências europeias teriam que encontrar 102 bilhões de dólares adicionais para atender às exigências mais recentes de Trump, segundo o instituto.

    As despesas globais com armas e defesa cresceram 1,8 por cento no ano passado, passando de 1,67 trilhão de dólares --só os EUA foram responsáveis por quase metade dessa elevação, de acordo com o relatório "Balanço Militar" divulgado na Conferência de Segurança de Munique.

    As potências ocidentais estão preocupadas com as atualizações de bases aéreas e sistemas de defesa aérea da Rússia na Crimeia, península que esta anexou da Ucrânia em 2014, disse o relatório anual. O posicionamento de seu sistema de defesa aérea S-400 no local aumentou o alcance de Moscou no Mar Negro, onde deteve três navios ucranianos no ano passado.

    Mas "a China talvez represente um desafio ainda maior, já que adota sistemas militares ainda mais avançados e está engajada em uma estratégia para melhorar a capacidade de suas forças para operarem longe da terra natal", acrescentou o estudo.

    A ambição declarada da China de modernizar seu Exército até 2035 foi "apoiada por gastos com defesa que estão em uma trajetória ascendente inabalável".

    O crescimento econômico chinês mais lento causou uma leve desaceleração nos gastos --mas ainda assim o orçamento da defesa cresceu quase 6 por cento entre 2017 e 2018.

 

    MÍSSEIS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

    "Os recursos navais chineses estão entrando em uma nova fase", já que o país inaugurou cruzadores e iniciou testes marítimos de seu primeiro porta-aviões nacional", informou o relatório.

Pequim também está aprimorando sua Força Aérea e investindo em novas tecnologias, como mísseis de cruzeiro de altíssima velocidade e inteligência artificial.

    Os países ocidentais "ainda preservam uma dianteira sobre os adversários, mas a defasagem está se estreitando. O ritmo da mudança pode significar que, no futuro, as vantagens --se é que existirão – podem só ser mantidas transitoriamente antes de o outro lado as alcançar".

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC