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Mais ajuda humanitária para Venezuela chega à Colômbia

16/02/2019 14h06

Por Steven Grattan

CUCUTA, Colômbia (Reuters) - Aviões de transporte militar dos EUA transportando ajuda humanitária para os venezuelanos desembarcaram na cidade de Cucuta, na fronteira colombiana, neste sábado, onde alimentos e medicamentos estão sendo armazenados em meio a incertezas sobre como e onde a ajuda será distribuída.

    O carregamento será a segunda maior ajuda internacional e norte-americana para os venezuelanos, muitos dos quais têm acesso escasso a alimentos e remédios, desde que o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino, desafiando o presidente socialista Nicolas Maduro.

    Guaidó, que invocou a Constituição para se declarar líder do país no mês passado, argumentou que a reeleição de Maduro em 2018 era uma farsa, disse que a ajuda entrará na Venezuela em 23 de fevereiro.

    Mas ainda não está claro se Maduro, que chamou a ajuda de um show orquestrado pelos Estados Unidos e nega qualquer crise, permitirá que os suprimentos cheguem à Venezuela.

    Um funcionário dos EUA disse à Reuters que a ajuda entregue no sábado foi de mais de 200 toneladas, mas um representante da embaixada dos EUA disse que não há medições do carregamento.

    A Colômbia, cujo presidente Ivan Duque se refere a Maduro como ditador, afirmou repetidamente que a ajuda não será distribuída em seu território.

    A maioria dos países ocidentais e muitos dos vizinhos da Venezuela reconheceram Guaidó como o legítimo chefe de Estado, enquanto Maduro mantém o apoio da Rússia e da China e o controle de estatais venezuelanas e das forças armadas.

    A ajuda "proporcionará alívio a dezenas de milhares de venezuelanos que sofrem com a escassez severa de alimentos e remédios causada pela má administração do regime ilegítimo de Maduro", disse a embaixada dos Estados Unidos em comunicado.

    Os suprimentos, incluindo kits de higiene e produtos especiais destinados a crianças que sofrem de desnutrição, chegarão de uma base da força aérea na Flórida a bordo de aviões de carga C-17.

    Voos de ajuda adicionais acontecerão nos próximos dias, acrescentou o comunicado, e os suprimentos médicos e farmacêuticos destinados aos hospitais chegarão no início da próxima semana.

    A remessa de primeiros socorros, que incluía alimentos básicos e suprimentos médicos, chegou em 8 de fevereiro e está sendo armazenada em um depósito de Cucuta.

    Duas pontes fora de Cucuta, que marcam a fronteira entre os dois países, estavam abertas normalmente no sábado. Uma ponte rodoviária nos arredores de Tienditas, na Venezuela, que nunca foi usada, segue bloqueada no lado venezuelano por contêineres.

    Espera-se que os pacientes médicos façam um protesto em Tienditas pedindo a permissão de ajuda, enquanto partidários do governo da Venezuela nas proximidades planejavam um bloqueio em protesto contra o "intervencionismo americano".

(Reportagem de Steven Grattan, com reportagem adicional de Julia Symmes)