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Principais rivais de Netanyahu formam aliança para eleição em Israel

Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante visita a uma sinagoga - Mindaugas Kulbis/AP
Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu durante visita a uma sinagoga Imagem: Mindaugas Kulbis/AP

Jeffrey Heller

21/02/2019 11h07

Resumo da notícia

  • Israel terá eleições presidenciais em abril deste ano
  • Imerso em escândalos de corrupção, premiê pode ser o mais longevo da história do país caso seja reeleito
  • Principais líderes de centro se uniram para tentar acabar com a hegemonia de Netanyahu

Os principais adversários do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em uma eleição a ser realizada em abril somaram forças nesta quinta-feira (21), aumentando o poder da ofensiva de candidatos de centro que visa encerrar a década do líder de direita no poder.

Na quarta-feira, antecipando-se ao anúncio de uma nova aliança entre o partido Resiliência do ex-chefe militar Benny Gantz e a facção Yesh Atid do ex-ministro das Finanças Yair Lapid, Netanyahu orquestrou uma fusão de partidos de direita que pode ajudá-lo a montar uma coalizão de governo após o pleito.

Em um comunicado, o Resiliência disse que Gantz, Lapid e Moshe Yaalon, um ex-ministro da Defesa, "decidiram estabelecer uma lista conjunta que incluirá o novo partido governista israelense".

Gantz e Lapid, que se encontraram de madrugada, concordaram com uma "rotação no cargo de primeiro-ministro" por meio da qual Gantz ocuparia o posto nos dois anos e meio iniciais de um novo mandato governamental e depois o cederia a Lapid.

Em suas campanhas, ambos retrataram Netanyahu, que se tornará o premiê israelense mais longevo na função se vencer a eleição de 9 de abril, como embriagado pelo poder e criminalmente corrupto.

Mas apesar de Netanyahu correr o risco de ser indiciado em três investigações de corrupção, as pesquisas de opinião previram que seu partido Likud ficará com cerca de 30 assentos no Parlamento de 120 vagas, o que lhe facilitaria criar uma coalizão de direita semelhante à que comanda hoje.

Netanyahu nega qualquer irregularidade.

O Resiliência e o Yesh Atid vêm aparecendo bem atrás do Likud na segunda e terceira posições, mas as enquetes também previram uma disputa muito mais acirrada e um possível revés caso Gantz, de 59 anos, e Lapid, de 55, se unam e componham um bloco parlamentar de centro-esquerda maior do que a aliança do Likud.

Yuli Edelstein, presidente do Parlamento israelense e membro graduado do Likud, disse que a fusão de centro torna ainda mais imperativo para a direita apresentar uma frente "unida e forte".

"Qualquer alternativa fará Israel recuar décadas em termos de economia e segurança", escreveu no Twitter.

Enquanto Gantz e Lapid acertavam seu acordo, Netanyahu ajudava a negociar a fusão de duas siglas de direita, a Casa Judia e o Poder Judeu, que pode dar mais voz ao seguidores do falecido rabino anti-árabe Meir Kahane na política e ajudar o premiê a compor uma coalizão.