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Estudantes lideram protestos e Argélia antecipa feriado universitário

09/03/2019 13h45

Por Hamid Ould Ahmed e Lamine Chikhi

ARGEL (Reuters) - Autoridades da Argélia determinaram neste sábado a antecipação do feriado universitário da primavera, em uma aparente tentativa de enfraquecer duas semanas de protestos liderados por estudantes contra o presidente Abdelaziz Bouteflika. 

A decisão do Alto Ministério da Educação chegou um dia depois de dezenas de milhares de manifestantes lotarem o centro de Argel para desafiar o governo de 20 anos do líder veterano, em um dos maiores protestos na capital em 28 anos. 

Sem explicar o motivo, o ministério afirmou, em um decreto, que o feriado de primavera seria antecipado em 10 dias, começando no domingo, em vez de 20 de março. 

Argelinos desesperados por emprego e irritados com o desemprego, corrupção e uma elite velha vista como desconectada com a juventude têm ido às ruas desde 22 de fevereiro para protestar contra os planos do governante de 82 anos de buscar um quinto mandato nas eleições de 18 de abril. 

Muitas das manifestações --as maiores desde 1991, quando o Exército cancelou eleições em que os muçulmanos eram favoritos-- começaram nas universidades, antes de transbordarem às ruas. 

Bouteflika tem prometido limitar seu mandato, depois da eleição e mudar o “sistema” que governa o país, mas o movimento de protesto galvanizou insatisfações entre diferentes setores, particularmente estudantes e jovens famílias. 

Os protestos de sexta-feira foram majoritariamente pacíficos, mas alguns conflitos entre jovens e a polícia ocorreram à noite. A imprensa estatal noticiou que 110 manifestantes e 112 policias acabaram feridos.