Tribunal do Japão impede Ghosn de participar de reunião do conselho da Nissan
Por Tim Kelly e Sudip Kar-Gupta
TÓQUIO/PARIS (Reuters) - Um tribunal de Tóquio rejeitou um pedido do ex-chefe da Nissan Carlos Ghosn para participar de uma reunião do conselho da empresa nesta semana, negando-lhe um lugar na mesa apesar de a montadora estar prestes a fortalecer uma aliança que ele construiu ao longo de duas décadas.
Procuradores entregaram um documento da Nissan ao Tribunal Distrital de Tóquio expressando oposição à participação de Ghosn na reunião do conselho da empresa na terça-feira, disse o advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, a repórteres.
"A forte oposição da Nissan à participação de Ghosn é muito lamentável", disse Hironaka diante de seu escritório. A equipe de defesa ainda teria tempo para apelar da decisão, acrescentou e mais tarde os advogados de fato o fizeram, segundo a agência Kyodo News.
Ghosn foi solto da prisão na semana passada graças a uma fiança de 9 milhões de dólares depois de passar mais de 100 dias preso. Ele é acusado de não ter declarado cerca de 82 milhões de dólares de seu salário na Nissan ao longo de mais de uma década -- acusações que ele classificou de "infundadas".
Nesta segunda-feira, o Tribunal Distrital de Tóquio se recusou a suspender temporariamente uma condição da fiança de Ghosn que o impede de se encontrar com pessoas ligadas ao caso, inviabilizando o que teria sido uma confrontação dramática entre o antes festejado executivo e os colegas que ele acusou de fomentarem um golpe.
A corte não justificou sua decisão.
Não foi possível contatar a Nissan para obter comentários fora do horário comercial.
A decisão da corte veio no momento em que a montadora francesa Renault, a principal acionista da Nissan, confirmou estar conversando com a Nissan e a Mitsubishi Motors sobre a criação de um novo organismo para aprimorar a colaboração.
A prisão impactante de Ghosn em novembro provocou temores sobre o futuro da aliança tripartite -- a maior fabricante de automóveis do mundo, com exceção dos caminhões pesados.
"O arranjo proposto não terá nenhum impacto na existência dele (acordo de aliança) e da estrutura de propriedade conjunta cruzada, que continuarão em vigor", informou a Renault.
Nissan, Renault e Mitsubishi planejam criar uma estrutura de reunião do conselho conjunta provavelmente a cargo do novo presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, disseram à Reuters pessoas com conhecimento direto do assunto.
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