Pompeo culpa Rússia e Cuba por crise na Venezuela; Rosneft rejeita acusações
Por Matt Spetalnick e Lesley Wroughton
WASHINGTON/MOSCOU (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, culpou Rússia e Cuba na segunda-feira por provocarem a crise política na Venezuela apoiando o presidente Nicolás Maduro, e disse que exortou a Índia a não ajudar Caracas comprando petróleo venezuelano.
Os comentários foram feitos depois que o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções ao banco russo Evrofinance Mosnarbank por ajudar a petroleira estatal venezuelana PDVSA a driblar restrições financeiras norte-americanas.
"Essa história não está completa sem reconhecer o papel central que Cuba e Rússia desempenharam e continuam a desempenhar minando os sonhos democráticos do povo venezuelano e seu bem-estar", disse Pompeo a repórteres.
"Moscou, como Havana, continua a proporcionar cobertura política ao regime Maduro, ao mesmo tempo pressionando países para que desconsiderem a legitimidade democrática do presidente interino Guaidó", acrescentou.
O governo do presidente Donald Trump vem adotando medidas para aumentar a pressão sobre Maduro e fortalecer o líder opositor Juan Guaidó, reconhecido pelos EUA e por mais de 50 outros países como presidente interino.
Mas Maduro, que acusa Guaidó de uma tentativa de golpe dirigida por Washington, ainda tem o apoio da Rússia e da China, além do controle de instituições estatais, incluindo os militares.
Pompeo se reuniu com o secretário das Relações Exteriores indiano, Vijay Gokhale, na segunda-feira, com o qual debateu a compra de petróleo venezuelano por parte da Índia.
"Estamos pedindo à Índia a mesma coisa que aos outros países: não sejam os salva-vidas econômicos do regime Maduro", disse Pompeo.
"Tenho muita confiança na mesma maneira com que a Índia tem sido incrivelmente solidária com nossos esforços com o Irã, tenho confiança de que eles também entendem a verdadeira ameaça ao povo venezuelano".
O mercado indiano é crucial para a economia da Venezuela, sendo historicamente o segundo maior cliente que compra o petróleo cru do país da Opep pagando em dinheiro, só ficando atrás dos EUA, que vêm cedendo o controle de grande parte dessa renda a Guaidó por meio das sanções impostas a Maduro.
Pompeo disse que a gigantesca petroleira estatal russa Rosneft também está desafiando sanções dos EUA ao comprar petróleo da PDVSA, mas a Rosneft disse que os contratos foram firmados antes da última leva de sanções norte-americanas ser adotada em janeiro e que pode procurar os tribunais para se defender se for necessário.
(Reportagem adicional de Mohammad Zargham e David Alexander em Washington; Gabrielle Tetrault-Farber, Tatiana Voronova, Elena Fabrichnaya e Katya Golubkova, em Moscou; Nailia Bagirova em Baku)
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