"Vocês estão a salvo agora": momentos de heroísmo no massacre de Christchurch
Por Praveen Menon e Tom Lasseter
CHRISTCHURCH/WELLINGTON (Reuters) - Em meio aos esforços dos neozelandeses para lidar com o massacre em Christchurch, surgem histórias de heroísmo, como a do homem que enfrentou o atirador armado apenas com uma máquina de cartão de crédito.
O ataque de sexta-feira deixou 50 mortos e dezenas de feridos.
Brenton Tarrant, de 28 anos, foi acusado pelas mortes no ataque, e segundo a polícia terá que responder por outros crimes.
Mas, segundo a polícia e testemunhas, o segundo ataque do atirador foi parcialmente impedido por Abdul Aziz, de 48 anos e nascido no Afeganistão.
Aziz disse ter avançado contra o atirador do lado de fora da mesquita de Linwood, quando alguém gritou que um homem havia aberto fogo. O atirador já havia assassinado dezenas de pessoas na mesquita próxima de Al Noor e nas ruas.
“Ele tinha roupas militares. Eu não tinha certeza se ele era o cara do bem ou do mal. Quando ele me xingou, soube que não era do bem”, disse Aziz em entrevista à Reuters.
Quando Aziz percebeu que a mesquita estava sendo atacada, correu em direção ao atirador, usando uma máquina de cartão como arma improvisada.
O atirador correu para seu carro e pegou outra arma. Aziz disse que jogou a máquina de cartão e se abaixou entre os carros enquanto o homem abria fogo.
Ele pegou então uma arma derrubada pelo atirador e puxou o gatilho, mas estava sem munição: “Eu gritava para o cara, vem aqui, vem até aqui -- eu só queria chamar a atenção dele para mim”.
Aziz disse que o atirador entrou na mesquita, e ele o seguiu, eventualmente confrontando o agressor mais uma vez.
“Quando ele me viu com a espingarda nas mãos, ele largou a arma e correu em direção a seu carro. Eu o persegui”, disse.
“Ele sentou no carro e, com a espingarda nas mãos, joguei ela pela janela como uma flecha. Ele só me xingou e partiu.”
Aziz disse que quatro de seus filhos estavam com ele na mesquita no momento do ataque.
"Quando voltei para a mesquita, pude ver que todo mundo estava com muito medo e tentando se proteger", disse Aziz. "Eu disse a eles: 'Irmãos, vocês estão a salvo agora, levantem-se, ele foi embora. Ele acabou de fugir. E depois disso todo mundo começou a chorar".
O ataque foi o pior assassinato em massa em tempos de paz da Nova Zelândia. O atirador foi preso 36 minutos depois do início do atentado, e no sábado foi denunciado por homicídio.
O número de mortos ainda pode aumentar devido ao estado grave de alguns feridos, e famílias ainda estão à espera de enterrar seus entes queridos.
(Reportagem adicional de John Mair em Wellington e James Mackenzie em Islamabad)
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