Topo

Primeira-ministra da Nova Zelândia promete endurecer controle de armas após massacre

Primeira-minisra Jacinda Ardern classificou os atentados em Christchurch como "um ato de terror"  - Image caption
Primeira-minisra Jacinda Ardern classificou os atentados em Christchurch como 'um ato de terror' Imagem: Image caption

18/03/2019 10h59

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse nesta segunda-feira que anunciará novas leis de controle de armas em alguns dias, depois que um atirador solitário matou 50 pessoas em um atentado a tiros em duas mesquitas da cidade de Christchurch.

O australiano Brenton Tarrant, supostamente um supremacista branco de 28 anos, foi acusado de assassinato no sábado. Tarrant foi mantido em custódia sem se manifestar e deve voltar ao tribunal em 5 de abril, quando a polícia disse que provavelmente enfrentará mais acusações.

"Passados 10 dias deste ato de terrorismo horrível, teremos anunciado reformas que, acredito, tornarão nossa comunidade mais segura", disse Jacinda, em uma coletiva de imprensa, depois que seu gabinete concordou em princípio com decisões sobre leis de reformulação do controle de armas na esteira do pior massacre a tiros da história da Nova Zelândia.

Além das 50 pessoas mortas, dezenas ficaram feridas nas duas mesquitas da cidade da Ilha Sul durante as preces de sexta-feira.

O proprietário da loja de armas Gun City, David Tipple, disse que o suposto atirador comprou quatro armas e munição legalmente pela internet entre dezembro de 2017 e março de 2018, mas que não lhe vendeu a arma de grande potência que usou nos ataques.

"A MSSA, automática de estilo militar, que se relatou ter sido usada pelo suposto atirador não foi comprada da Gun City. A Gun City não lhe vendeu uma MSSA, só armas de fogo de categoria A", disse Tipple em uma coletiva de imprensa em Christchurch.

Pelas leis neo-zelandesas, armas de categoria A podem ser semiautomáticas, mas limitadas a sete tiros.

Uma transmissão ao vivo do ataque em uma das mesquitas mostrou uma arma semiautomática com um pente grande.

Tipple disse apoiar a decisão da premiê de reformar as leis de armas, já que o massacre de Christchurch provocou questionamentos legítimos.

Jacinda não detalhou as novas leis, mas disse que apoia a proibição de armas semiautomáticas depois dos ataques.

A Austrália adotou algumas das leis de controle de armas mais rígidas do mundo depois de seu pior ataque a tiros em massa, o massacre de Port Arthur de 1996, em que um atirador solitário matou 35 pessoas usando um AR-15 semiautomático --a mesma arma usada na carnificina de Christchurch.

A Rádio Nova Zelândia disse em uma reportagem baseada em dados da polícia que mais de 99 por cento das pessoas que pediram portes de arma em 2017 foram atendidas.

(Reportagem adicional de John Mair e Praveen Menon em Wellington)