Manifestantes do Peru repelem negociadores a pedradas em disputa sobre mina chinesa
Por Marco Aquino e Mitra Taj
LIMA (Reuters) - Uma equipe de negociação enviada ao cinturão de cobre do sul do Peru para amenizar as tensões crescentes em uma mina de propriedade chinesa foi repelida por manifestantes indígenas que atiraram pedras em seu helicóptero, na quarta-feira, disse uma autoridade do governo.
O governo do presidente peruano, Martín Vizcarra, havia encarregado a equipe, liderada por três ministros, de encontrar um desfecho pacífico para o bloqueio de 51 dias de uma estrada que interrompeu o acesso à mina de Las Bambas, da mineradora chinesa MMG, uma das maiores produtoras de cobre do país.
Mas os manifestantes usaram estilingues para atirar pedras no helicóptero dos ministros quando este chegou à área interditada, onde esperavam retomar as conversas com representantes da comunidade indígena de Fuerabamba, disse a ministra do Desenvolvimento, Paola Bustamante, integrante da equipe, em uma entrevista à televisão.
Fuerabamba, vilarejo andino que foi transferido para abrir caminho à mina, iniciou o bloqueio no início de fevereiro para exigir indenizações da MMG por transportar cobre de Las Bambas por uma estrada em suas terras de cultivo. A MMG disse estar aberta a conversas.
Mas agora Fuerabamba está exigindo a libertação de seu líder e de três advogados que foram presos na semana passada, acusados de organizarem o bloqueio para extorquir a MMG, que é controlada pela estatal China Minmetals.
Os habitantes de Fuerabamba dizem que os homens foram incriminados para desacreditar suas exigências e pediram que outros vilarejos os apóiem em protestos mais amplos contra as prisões.
A disputa passou a envolver queixas regionais e clamores por justiça. Centenas de manifestantes, muitos deles indígenas falantes de quéchua de vilarejos próximos de Las Bambas, marcharam em uma estrada de acesso à mina na quarta-feira para pedir a soltura dos líderes de Fuerabamba, segundo reportagens da mídia e vídeos fornecidos por Fuerabamba.
A equipe de negociação do governo voltou à capital regional, Cusco.
"Fomos com disposição ao diálogo, e é por isso que continuaremos com esta disposição e veremos que rumo as coisas tomam amanhã", disse Paola ao canal de TV 7 na noite de quarta-feira. "Não recuaremos neste processo".
Vizcarra descartou dispersar os manifestantes à força.
O vice-presidente de Fuerabamba, Edison Vargas, disse à Reuters que não haverá negociações com o governo ou um fim dos protestos até os quatro homens serem soltos.
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