Topo

Hong Kong deveria fazer "amplas consultas" sobre projeto de extradição, diz Bachelet

24/06/2019 19h08

Por Stephanie Nebehay

GENEBRA (Reuters) - A Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu nesta segunda-feira que autoridades em Hong Kong "façam amplas consultas" antes de aprovar ou alterar uma lei de extradição que provocou semanas de protestos. 

Manifestações generalizadas contra o projeto de lei afundaram a cidade de domínio chinês em uma crise, provocando o maior desafio popular ao presidente Xi Jinping desde sua chegada ao poder em 2012. 

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, suspendeu o projeto de lei, que permitiria que suspeitos de crimes na ex-colônia britânica pudessem ser extraditados para a China para julgamento, mas alguns ativistas pedem que ela elimine de vez a legislação. 

Bachelet elogiou a decisão em atrasar a aprovação da emenda em resposta "às gigantescas demonstrações de ativismo cívico por uma grande porção da população". 

"Encorajo que as autoridades se consultem amplamente antes de aprovarem ou alterarem legislação deste tipo, ou qualquer outro tipo de legislação", afirmou a ex-presidente do Chile ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que iniciou uma sessão de três semanas. 

Bachelet disse que continuará a levantar questões relacionadas à região chinesa de Xinjiang, inclusive sobre o "acesso irrestrito" à região no oeste do país, além de outros assuntos com a China. 

Especialistas dizem que cerca de um milhão de chineses Uighurs e outros muçulmanos estão presos em centros de detenção em Xinjiang. A China já foi criticada internacionalmente pelo estabelecimento dos complexos de detenção, que são descritos oficialmente como "centros de treinamento e educação" que ajudariam a combater o extremismo ensinando novas habilidades aos detidos. 

(Reportagem de Stephanie Nebehay)