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Incêndios florestais e cortes de energia assolam a Europa em novo dia com calor recorde

Jovens brincam em fonte próxima à Torre Eiffel durante onda de calor em Paris - Zakaria Abdelkafi/AFP
Jovens brincam em fonte próxima à Torre Eiffel durante onda de calor em Paris Imagem: Zakaria Abdelkafi/AFP

Por Gus Trompiz e Joan Faus

De Paris e Madri

29/06/2019 16h46

Centenas de bombeiros foram mobilizados para controlar incêndios florestais no sul da França, neste sábado, à medida que uma onda de calor provoca temperaturas recordes em certas partes da Europa, matando ao menos seis pessoas.

Na região francesa de Gard, a mais atingida e onde foi marcada a maior temperatura já registrada na França, de 45,9 graus Celsius, diferentes focos de incêndio florestal foram registrados em cerca 550 hectares de terra, destruindo diversas casas e veículos.

"Chegamos muito perto de um desastre", disse Didier Lauga, prefeito de Gard, a jornalistas. "Ainda há bombeiros no local para o caso de os incêndios começaram de novo."

Um homem psicologicamente instável foi preso depois de dar início a um foco de incêndio em uma vila, mas o calor extremo é o responsável por grande parte das chamas, disse Lauga.

Ao menos 15 bombeiros e diversos policiais ficaram feridos nas ações em Gard, onde 700 bombeiros e 10 aeronaves foram mobilizados para conter as chamas, segundo os serviços de emergência.

Na adjacente região de Vaucluse, as autoridades disseram que um homem que praticava ciclismo em uma área montanhosa morreu após entrar em colapso devido ao calor.

As condições do clima devem amainar neste sábado no sul da França, mas as máximas ainda estão previstas para ficar em torno dos 40 graus. Mais ao norte, a previsão para Paris é para que seja registrado o dia mais quente da onda de calor, com a máxima entre 37 e 38 graus.

Neste sábado, um grande número de pessoas foi às ruas da capital para a parada anual do orgulho gay, e bombeiros jogaram jatos de água sobre os participantes, alguns dos quais portando ventiladores e guarda-sóis com as cores do arco-íris para combater o calor.

Na Alemanha, os organizadores do Ironman marcado para domingo em Frankfurt fizeram planos de emergência para impedir o superaquecimento dos atletas, com a temperatura esperada para os 38 graus.

A Organização Meteorológica Mundial disse nesta semana que 2019 está a caminho de se tornar um dos anos mais quentes da história, o que faria do período entre 2015-2019 o mais quente já registrado.

A organização disse que a onda de calor na Europa é "absolutamente consistente" com as condições extremas ligadas ao impacto das emissões de gases do efeito estufa.

O Reino Unido, por exemplo, registrou o dia mais quente do ano até o momento, com temperaturas que chegaram a 35 graus, disse a agência de meteorologia britânica.

Na Espanha, condições de calor incomum foram registradas pelo quarto dia consecutivo. Duas pessoas morreram na sexta-feira devido a complicações causadas pelo calor, e as altas temperaturas provocaram diversos incêndios florestais.

Novos focos de incêndio tiveram início neste sábado em regiões centrais e do sul espanhol. Os bombeiros, entretanto, conseguiram conter 90% das chamas que queimaram sobre 60 quilômetros quadrados na província de Tarragona, no nordeste do país, informou o governo catalão.

Ao menos três pessoas morreram na região central e no norte da Itália, e os hospitais na capital Milão registraram uma alta de 35 por cento nas emergências provocadas por condições ligadas ao calor, noticiou a mídia local.

(Reportagem adicional de Costas Pitas, em Londres; Stephen Jewkes, em Milão; Douglas Busvine, em Frankfurt; Sophie Louet, Myriam Rivet e Johnny Cotton, em Paris; e Jean-François Rosnoblet, em Marselha)