Topo

Trump retoma ataques a deputada democrata de origem somali

19/07/2019 16h39

WASHINGTON (Reuters) - Nascida na Somália e naturalizada norte-americana, a deputada democrata Ilhan Omar "tem sorte de estar onde está", disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira, retomando os ataques a quatro deputadas pertencentes a minorias que ele disse que deveriam "voltar" para os locais de onde vieram.

Na quinta-feira, Trump tentou se distanciar dos gritos de apoiadores para "mandar de volta" Ilhan em um comício no qual a criticou duramente, e seus colegas republicanos temem que a retórica áspera se torne um tema de sua campanha de reeleição para 2020.

"Fico triste quando uma congressista vai e diz: 'Serei o pesadelo do presidente'", disse Trump aos repórteres na Casa Branca nesta sexta-feira.

"Ela tem sorte de estar onde está, vou dizer a vocês, e as coisas que ela disse são uma vergonha para nosso país."

Indagado sobre os gritos dos participantes no comício na Carolina do Norte na quarta-feira, Trump respondeu: "Aquelas são pessoas incríveis. Aqueles são patriotas incríveis" – na quinta-feira ele disse discordar dos gritos.

Os ataques de Trump contra as quatro deputadas progressistas, conhecidas como "o esquadrão", estão sendo vistos como um esforço para dividir os democratas, que assumiram o controle da Câmara dos Deputados em 2018 e têm poder para frear sua pauta legislativa.

Ilhan e as deputadas Alexandria Ocasio-Cortez, Rashida Tlaib e Ayanna Pressley são críticas contundentes tanto de Trump quanto da liderança democrata da Câmara.

Ocasio-Cortez reagiu com um tuíte nesta sexta-feira, dizendo que o Partido Republicano "quer nos mandar de volta: de volta à injustiça, de volta à negação da ciência, de volta aos tempos em que as mulheres precisavam de autorizações dos homens, de volta ao racismo – mas não voltaremos".

Também na quinta-feira, Ilhan disse que Trump está "expelindo uma ideologia fascista".

(Por Steve Holland)