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EUA estão prontos para aplicar sanções a países que apoiem Venezuela de Maduro

06/08/2019 20h24

Por Mitra Taj

LIMA (Reuters) - O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse nesta terça-feira que o governo do país está pronto para impor sanções sobre qualquer empresa internacional que faça negócios com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, numa escalada brusca das pressões impostas pelos norte-americanos sobre o líder socialista. 

Na Cúpula sobre a Venezuela, realizada em Lima, no Peru, Bolton enfatizou que ações internacionais mais duras são necessárias para acelerar a transição do poder no país, do qual mais de quatro milhões de venezuelanos migraram para escapar do colapso econômico. 

"Estamos enviando um sinal para terceiras partes que queiram fazer negócios com o regime de Maduro: procedam com cuidado extremo", disse Bolton. 

Seu discurso acontece um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter assinado decreto congelando os ativos do governo venezuelano e proibindo qualquer tipo de transação que o envolva, um ato que pode revelar seus acordos com a Rússia, com a China ou com empresas ocidentais estrangeiras. 

Bolton, um dos principais falcões do Trump na questão da Venezuela, disse a jornalistas que a medida força empresas de todo o mundo a preferirem não arriscar perder acesso aos EUA e a seu sistema financeiro por causa negócios com Maduro. 

Perguntado por uma jornalista sobre como a Venezuela poderia responder ao decreto presidencial, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse: "Eu irei parafrasear Donald Trump: Todas as opções estão na mesa". 

O embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, pediu nesta terça a intermediação do secretário geral da organização, Antonio Guterres, e do Conselho de Segurança. 

"Este é um ato de guerra dos Estados Unidos", disse Moncada a jornalistas. "A Venezuela não é uma ameaça a ninguém e os EUA estão fabricando essa agressão só para pegar o petróleo". 

O Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 países, não conseguirá agir na questão porque os Estados Unidos são uma das cinco potências com poder de veto, ao lado de Rússia, China, Reino Unido e França. 

É o primeiro congelamento de ativos norte-americanos de um governo inteiro no Hemisfério Ocidental em mais de 30 anos. Mas a medida também é um lembrete das sucessivas rodadas de sanções aplicadas pelos norte-americanos que até agora fracassaram em retirar o apoio crucial dos militares venezuelanos ao governo Maduro, que assumiu o poder em 2013, após a morte de seu mentor político, o ex-presidente Hugo Chávez.