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Austrália se junta aos EUA para missão de segurança marítima no Golfo Pérsico

21/08/2019 09h45

Por Colin Packham e Lisa Barrington

SYDNEY/DUBAI (Reuters) - A Austrália irá se juntar aos Estados Unidos em uma missão de segurança para proteger navios comerciais que viajam pelas águas do Oriente Médio, decisão deliberada após o Irã apreender um navio-tanque britânico, disse o primeiro-ministro Scott Morrison nesta quarta-feira.

Entre as áreas a serem patrulhadas, destaca-se o Estreito de Ormuz, entre Omã e Irã, através do qual cerca de um quinto do petróleo bruto do mundo sai do Golfo Pérsico.

O comércio global de commodities foi abalado nos últimos meses pela apreensão do navio-tanque britânico e uma série de ataques a navios mercantes internacionais, pela qual os EUA e o Reino Unido culparam ao Irã, apesar de o país do Oriente Médio negar envolvimento nos casos. O Reino Unido se tornou neste mês o primeiro aliado dos EUA a anunciar participação na missão.

"Esse comportamento desestabilizador é uma ameaça aos interesses da Austrália na região", disse Morrison em uma coletiva de imprensa em Canberra. "Nossa contribuição será limitada ao assunto e será temporária."

Morrison afirmou que a Austrália enviaria um avião de vigilância P-8A Poseidon para o Oriente Médio por um mês antes do final de 2019, enquanto uma fragata australiana seria posicionada por seis meses a partir de janeiro.

A Austrália é uma forte aliada dos Estados Unidos, que nos últimos meses pediu aos parceiros que façam mais pela segurança global.

O Irã denunciou as tentativas dos EUA para estabelecer a coalizão e insistiu que os países da região podem proteger as vias aquáticas e trabalhar para assinar um pacto de não-agressão.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse nesta quarta-feira ao Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) que "nenhuma proporção de presença militar estrangeira pode impedir a insegurança na região. Você não pode ter uma ilha de segurança... enquanto os EUA estão travando uma guerra econômica contra o Irã".

(Por Colin Packham e Wayne Cole em Sydney, Lisa Barrington em Dubai, Dan Williams em Jerusalém e Simon Johnson em Estocolmo)