Topo

Oposição britânica se une para tentar forçar premiê a adiar o Brexit

27/08/2019 12h52

Por Andrew MacAskill e Gabriela Baczynska

LONDRES/BRUXELAS (Reuters) - Partidos de oposição do Reino Unido tentarão sancionar uma lei para obrigar o primeiro-ministro, Boris Johnson, a pedir adiamento da separação britânica da União Europeia e evitar uma saída sem acordo potencialmente caótica no fim de outubro.

O Reino Unido ruma para uma crise constitucional e um confronto com a UE, já que Johnson prometeu tirar o país do bloco em 66 dias sem um acordo, a menos que Bruxelas concorde em renegociar o Brexit.

O Parlamento volta do recesso na semana que vem e se prepara para uma batalha com Johnson, que pretende consumar a desfiliação com ou sem um pacto de saída.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, presidiu conversas com partidos de oposição nesta terça-feira, durante as quais concordaram em aprovar uma lei para obrigue o governo a adiar a ruptura.

"Vamos nos unir e fazer a coisa certa por nosso país", disse Anna Soubry, líder do partido Grupo Independente pela Mudança. "Estamos enfrentando um primeiro-ministro que não tem autoridade para isso, e acho que ele não tem consideração pelo Parlamento".

As siglas opositoras tentam repetir o que fizeram no ano passado, quando assumiram o controle da pauta legislativa para sancionar uma lei que forçou a antecessora de Johnson, Theresa May, a pedir prorrogação da filiação britânica à UE.

Eles também conseguiram mudar uma lei para exigir que o Parlamento se reúna durante vários dias em setembro e outubro, dificultando para Johnson dissolver o Legislativo para finalizar uma saída sem acordo – algo que ele não descartou fazer.

A libra esterlina alcançou o maior valor frente ao dólar e ao euro desde 29 de julho.

O Reino Unido está a caminho de uma saída sem acordo em 31 de outubro, a menos que o Parlamento possa impedi-la ou um novo pacto seja firmado com a UE.

O Parlamento já rejeitou três vezes o acordo de retirada acertado entre o governo anterior e o bloco, aprofundando uma crise de três anos que ameaça a condição do Reino Unido como um dos centros financeiros mais proeminentes do mundo e um destino estável para investidores estrangeiros.