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Aramco vê produção em locais atacados totalmente retomada até o fim de setembro

20/09/2019 16h27

Por Rania El Gamal e Stephen Kalin

ABQAIQ, Arábia Saudita (Reuters) - A petroleira estatal saudita Aramco afirmou que retomará até o final de setembro a produção total de petróleo em Abqaiq e Khurais, as duas instalações da empresa danificadas por ataques no último final de semana, pelos quais autoridades dos Estados Unidos culparam o Irã.

A Aramco está embarcando equipamentos dos EUA e da Europa para reconstruir as instalações danificadas, disse a repórteres Fahad Abdulkarim, gerente-geral das operações na região sul, durante um tour organizado pela empresa aos dois locais, que ficam a oeste da capital Riad.

Foram mostrados a repórteres da Reuters os trabalhos de reparo em andamento em ambas as localidades, com guindastes erguidos em torno de colunas de estabilização queimadas, que formam parte das unidades de separação de óleo e gás.

"Estamos trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana", disse Abdulkarim em Khurais.

Em Abqaiq, diversos esferoides, que são utilizados para separar o óleo de outros elementos contidos no petróleo bruto, eram cercados por andaimes e apresentavam perfurações de cerca de dois metros de largura em suas cúpulas.

Khalid Buraik, vice-presidente das operações sul da Saudi Aramco, disse que 15 torres e instalações foram atingidas em Abqaiq, mas que retomariam a capacidade total de produção até o final de setembro.

"Estamos confiantes de que voltaremos à produção total em que estávamos antes do ataque (em Khurais) até o final de setembro", acrescentou Abdulkarim.

O Ministério da Defesa saudita disse na quarta-feira que 18 drones e três mísseis foram lançados em direção a Abqaiq, maior instalação de processamento de petróleo do mundo. Os mísseis direcionados a Abqaiq caíram antes de chegar do alvo, disse o ministério, enquanto a instalação de Khurais foi atingida por quatro mísseis.

Os ataques reduziram pela metade a produção saudita, interrompendo 5,7 milhões de barris por dia (bpd), sendo 4,5 milhões de bpd em Abqaiq e 1,2 milhão de bpd em Khurais.

Cerca de 2 milhões de bpd já foram restabelecidos em Abqaiq, bem como 30% da produção de Khurais, segundo executivos da Aramco. Não houve registro de vítimas em nenhuma das instalações, mesmo com milhares de trabalhadores e contratados vivendo na região.

O grupo iemenita Houthi assumiu responsabilidade pelos ataques, mas uma autoridade norte-americana disse que eles foram originados do sudoeste do Irã. Teerã, que apoia os Houthis, negou envolvimento.

(Reportagem de Rania El Gamal e Stephen Kalin)