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Papa encontra padre dos EUA atacado por conservadores por ministrar para gays

30/09/2019 16h17

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco ofereceu uma audiência privada de grande destaque a um padre jesuíta norte-americano proeminente que foi atacado diversas vezes por católicos e veículos de mídia conservadores por ministrar para homossexuais.

Ao se encontrar com o padre James Martin de manhã, quando seus encontros constam da parte de sua agenda divulgada, diferentemente da agenda priva da tarde, Francisco pareceu estar defendendo Martin dos ataques de modo enfático.

    Nos últimos dois anos, vários seminários e universidades católicos cancelaram palestras e participações de Martin, muitas vezes depois de serem pressionados por grupos conservadores.

    Martin, jesuíta como o papa, é autor do livro de 2017 "Construindo uma Ponte: Como a Igreja Católica e a Comunidade LGBT Podem Iniciar um Relacionamento de Respeito, Compaixão e Sensibilidade" (título em tradução livre).

    Em um tuíte publicado após o encontro com o papa, Martin disse que "compartilhou com ele as alegrias e esperanças e as tristezas e ansiedades dos católicos LGBT e das pessoas LGBT de todo o mundo. Fiquei muito grato de me encontrar com este pastor maravilhoso".

    Descrevendo o encontro como um dos destaques de sua vida, Martin disse que se sentiu "incentivado, consolado e inspirado" e que a audiência de 30 minutos foi "um sinal claro da atenção pastoral profunda (do papa) aos católicos LGBT e às pessoas LGBT".

    Um dos blogs conservadores que criticam Martin com frequência, o Rorate Caeli, tuitou depois que a audiência veio a público: "É a festa da Santa Roma Gay". Em outro tuíte, o Rorate Caeli disse: "Se isso não é um endosso, nada é."

    A Igreja ensina que os homossexuais precisam ser respeitados e que sua dignidade humana precisa ser defendida, e que a atração por pessoas do mesmo sexo não é pecaminosa, mas os atos homossexuais são.

(Reportagem de Philip Pullella)