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Diplomata diz a Congresso dos EUA que expressou preocupação com filho de Biden, diz fonte

18/10/2019 18h44

Por David Morgan

WASHINGTON (Reuters) - Um diplomata dos Estados Unidos disse a investigadores do Congresso nesta semana que levantou preocupações sobre a posição de Hunter Biden em uma empresa ucraniana de gás natural em 2015, mas foi rechaçado por um assessor do então vice-presidente Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira uma pessoa familiarizada com o depoimento.

O papel de Hunter Biden no conselho da empresa de energia Burisma Holdings Ltd enquanto seu pai estava na Casa Branca figura em um inquérito de impeachment liderado pelos democratas contra o presidente Donald Trump na Câmara dos Deputados dos EUA.

A investigação está focada em saber se Trump pode ter retido a ajuda dos EUA à Ucrânia neste ano até que o novo presidente eleito do país lançasse uma investigação sobre os Bidens e também em uma teoria desmentida de que a Ucrânia poderia ter se envolvido nas eleições de 2016 nos EUA.

As agências de inteligência norte-americanas concluíram que foi a Rússia que usou as mídias sociais e outras ferramentas para tentar secretamente apoiar as perspectivas de Trump em 2016 contra a rival democrata Hillary Clinton.

O diplomata norte-americano George Kent, vice-chefe de missão do Departamento de Estado na Ucrânia, disse aos investigadores do Congresso na terça-feira que tomou conhecimento do assento de Hunter Biden no conselho da Burisma no início de 2015 e falou com um funcionário de Biden sobre isso.

Na época, o outro filho de Joe Biden, Beau, estava morrendo de câncer.

"Kent testemunhou que ele levantou essa questão - a percepção de um conflito de interesses - que era problemática", declarou a fonte. "O funcionário lhe disse que Beau estava morrendo de câncer e que eles não tinham mais margem para lidar com questões familiares."

O papel de Hunter Biden na Burisma coincidiu com uma ação anticorrupção dos EUA na Ucrânia que enfatizou a importância de evitar conflitos de interesse, afirmou a fonte.

Os democratas da Câmara estão analisando uma ligação telefônica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em 25 de julho, e se o presidente republicano pressionou a Ucrânia para investigar os Bidens. Joe Biden é um dos principais candidatos à indicação democrata para a eleição presidencial de 2020, tornando-o um possível rival de Trump nas eleições do próximo ano.

Trump chamou o inquérito de impeachment da Câmara, que pode levar a acusações formais da Casa contra ele, de "caça às bruxas" motivada pela amargura dos democratas por sua vitória surpreendente em 2016.

A campanha de reeleição de Trump começou a vender camisetas com as palavras "Get Over It" ("Superem").