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Soldados patrulham as ruas da capital chilena, em estado de emergência

Soldados patrulham as ruas de Santiago após protestos contra aumento da tarifa do metrô - Edgard Garrido/Reuters
Soldados patrulham as ruas de Santiago após protestos contra aumento da tarifa do metrô Imagem: Edgard Garrido/Reuters

Aislinn Laing

Santiago, Chile

19/10/2019 13h59Atualizada em 19/10/2019 14h26

Soldados armados patrulhavam as ruas da capital chilena na manhã de sábado, após o presidente Sebastián Piñera decretar estado de emergência, em meio a protestos violentos que começaram devido ao aumento das tarifas de metrô, vital para o transporte em Santiago.

Javier Iturriaga del Campo, general designado por Piñera para guardar a capital, disse em uma entrevista coletiva no palácio presidencial de La Moneda que suas tropas se concentrariam no patrulhamento "nas áreas com mais conflitos", mas que nenhum toque de recolher seria imposto, por enquanto.

"A recomendação para as pessoas é que elas possam ir para suas casas com suas famílias e ficar quietas", disse ele.

"Estamos assumindo o controle, mobilizando nossas forças para que eles possam impedir que atos de vandalismo continuem", acrescentou.

A polícia disse à Reuters que, apenas na sexta-feira, 156 policiais ficaram feridos, incluindo cinco em estado grave. Quarenta e nove veículos policiais foram danificados, 41 estações de metrô - de um total de 136 - sofreram vandalismo e 308 pessoas foram presas.

O anúncio de Piñera aconteceu após um dia violento de protestos com barricadas, confrontos nas ruas entre manifestantes e policiais e destruição de algumas estações de trem subterrâneas. A rede é uma das mais modernas da América Latina, com 140 quilômetros de extensão.

As estações foram palco de manifestações durante 11 dias, convocadas principalmente por jovens e estudantes.

Na manhã de sábado, as principais avenidas no centro de Santiago mostraram os vestígios das barricadas e confrontos com a força policial.

Em 2010, o governo decretou estado de emergência em algumas áreas do sul do país após um forte terremoto que causou pânico na população e saques por medo de escassez. A medida, no entanto, não era replicada na capital há cerca de 30 anos, quando o país ainda estava sob a ditadura militar de Augusto Pinochet.

Além do vandalismo contra as estações de metrô, a sede da empresa de eletricidade Enel foi alvo de um incêndio nas escadas exteriores, disseram as autoridades.

Santiago: contra aumento na tarifa, manifestantes derrubaram portões e destruíram catracas do metrô

AFP