Lei de extradição de Hong Kong é oficialmente anulada, mas medida não deve conter protestos
Por Jessie Pang e Twinnie Siu
HONG KONG (Reuters) - O Legislativo de Hong Kong retirou formalmente nesta quarta-feira um projeto de lei que teria permitido extradições para a China continental, mas dificilmente a medida encerrará meses de tumultos, já que só atendeu uma das cinco exigências dos manifestantes pró-democracia.
O grito de guerra dos manifestantes, que vandalizaram edifícios públicos da cidade sob controle chinês, atearam fogos nas ruas e atiraram coquetéis molotov na polícia, tem sido "cinco exigências, nem uma a menos", o que significa que a retirada do projeto de lei não deve fazer diferença.
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse várias vezes que o projeto de lei está morto na prática e que as outras exigências, que incluem o sufrágio universal e uma anistia para todas as pessoas acusadas de revolta, estão fora do seu controle.
Os manifestantes também pedem a renúncia de Lam e um inquérito independente sobre a suposta brutalidade policial durante o verão de batalhas recorrentes nas ruas.
A polícia reagiu à violência com canhões de água, gás lacrimogêneo, balas de borracha e até com munição letal.
Os ativistas estão revoltados com o que veem como uma intromissão de Pequim na fórmula "um país, dois sistemas" da ex-colônia britânica, estabelecido durante a devolução do território em 1997, que permite à cidade liberdades ausentes no continente, como um Judiciário independente.
O projeto de lei de extradição foi visto como a medida chinesa mais recente para erodir estas liberdades. A China nega tais alegações e acusa países estrangeiros de fomentarem tumultos.
(Por Clare Jim, Jessie Pang e Twinnie Siu em Hong Kong, Yimou Lee, em Taipé; Ben Blanchard e Lusha Zhang, em Pequim; e Keith Zhai, em Cingapura)
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