Rússia leva bombardeiros nucleares à África enquanto Putin recebe líderes do continente
SOCHI/MOSCOU (Reuters) - A Rússia levou dois bombardeiros nucleares à África do Sul para uma missão de treinamento nesta quarta-feira, em um voo aparentemente calculado para coincidir com a abertura, a cargo do presidente russo, Vladimir Putin, de uma cúpula Rússia-África concebida para aumentar a influência russa.
Os dois bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-160 pousaram na base da Força Aérea de Waterkloof, em Tshwane, nesta quarta-feira, disse a Força de Defesa Nacional sul-africana. O Ministério da Defesa da Rússia disse que a missão foi criada para fomentar laços militares com a África do Sul.
Falando diante de dezenas de chefes de Estado africanos presentes à cúpula de dois dias na cidade de Sochi, no sul russo, Putin pediu que o comércio com países africanos dobre nos próximos quatro a cinco anos, e disse que a Rússia cancelou dívidas africanas da ordem de mais de 20 bilhões de dólares.
A primeira cúpula Rússia-África é parte de uma iniciativa do Kremlin para conquistar negócios e restabelecer uma influência que minguou após o colapso em 1991 da União Soviética, que apoiou governos e movimentos de esquerda de todo o continente durante a Guerra Fria.
"Muitas empresas russas vêm trabalhando há tempos e com sucesso com parceiros dos mais diferentes setores da economia africana e planejam expandir sua influência na África. Nós, é claro, proporcionaremos apoio no nível estatal", disse Putin.
O preço é um peso político maior em um continente com 54 membros da Organização das Nações Unidas (ONU), vasta riqueza mineral e mercados potencialmente lucrativos para armas de fabricação russa.
(Por Darya Korsunskaya e Tom Balmforth; Reportagem adicional de Maxim Rodionov, Polina Devitt em Moscow, Tim Cocks e Emma Rumney, em Johanesburgo)
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