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Veterano de oposição do Camboja chega à Malásia para desafiar Hun Sen

09/11/2019 13h23

Por Liz Lee e Lucien Libert e Prak Chan Thul

KUALA LUMPUR/PHNOM PENH (Reuters) - O veterano de oposição do Camboja Sam Rainsy aterrissou na Malásia neste sábado e disse para apoiadores “manterem a esperança”, após prometer voltar para casa do exílio auto-imposto para reunir adversários do governante autoritário Hun Sen.

O governo do Camboja disse que não havia proibição ao retorno de Rainsy, mas o descreveu como “condenado Sam Rainsy” e afirmou que agiria contra qualquer um que representasse uma ameaça à segurança do Estado - acusação que já foi feita contra ele.

Há décadas, Rainsy, 70, ex-ministro da Fazenda, é adversário de Hun Sen, 67, ex-comandante do Khmer Rouge que governa por 34 anos e com mão de ferro o país do sudeste asiático que possui 16 milhões de pessoas.

“Mantenham a esperança. Estamos no caminho certo”, disse Rainsy, em uma mensagem a apoiadores na chegada ao Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur. "A democracia prevalecerá na Malásia. A democracia prevalecerá no Camboja."

Rainsy voou para Paris em 2015 após ser condenado por difamação e encara uma sentença de cinco anos em um outro caso, acusações que ele afirma serem politicamente motivadas.

Rainsy havia dito originalmente que planejava ir para o Camboja da Tailândia, neste sábado, com outros líderes do banido Partido do Resgate Nacional do Camboja (CNRP, sigla em inglês), mas foi impedido de embarcar em um avião da Thai Airways de Paris na quinta-feira.

Após chegar a Kuala Lumpur da capital francesa, ele não disse se ainda planejava ir para casa. A Malásia não faz fronteira com o Camboja.

“O retorno ao país do condenado Sam Rainsy e sua facção, como cidadãos do Camboja, é livre”, disse o vice-primeiro-ministro Sar Kheng, no Facebook. “Mas o Governo Real do Camboja também anunciou seu direito de tomar medidas legais contra quaisquer ações que tentem prejudicar a paz, a estabilidade social e a segurança do Estado."

Nas semanas desde que Rainsy anunciou seu plano de retornar, por volta de 50 ativistas de oposição foram presos no Camboja.