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Irã diz que calma foi restabelecida após protestos contra aumento da gasolina

19/11/2019 09h50

DUBAI (Reuters) - Os protestos desencadeados no Irã na semana passada contra o aumento no preço da gasolina diminuíram, disse um porta-voz do Judiciário nesta terça-feira, um dia depois de a Guarda Revolucionária de elite alertar para uma ação "decisiva" se as manifestações antigoverno não cessassem.

Desafiando um bloqueio da internet, vídeos publicados nas redes sociais mostraram que as manifestações continuavam em várias cidades na noite de segunda-feira, assim como uma grande presença de forças de segurança nas ruas. A Reuters não conseguiu verificar estas imagens publicadas.

"A calma foi restaurada no país", disse o porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhossein Esmaili, em uma coletiva de imprensa.

Várias pessoas, incluindo membros das forças de segurança e da polícia, foram mortas nos protestos, que começaram na sexta-feira depois que se anunciou uma elevação de ao menos 50% no preço do combustível, e cerca de 1 mil "arruaceiros" foram presos, disseram as autoridades.

Três membros das forças de segurança foram mortos a facadas perto de Teerã, relatou a agência de notícias Isna na noite de segunda-feira.

Centenas de jovens iranianos da classe trabalhadora expressaram sua revolta com a degradação do padrão de vida, a corrupção e a disparidade crescente entre ricos e pobres. Imagens das redes sociais mostraram manifestantes queimando imagens de autoridades de alto escalão e pedindo a renúncia dos líderes clericais, além de confrontos violentos entre as forças de segurança e os manifestantes.

A televisão estatal anunciou funerais de agentes de segurança mortos nos protestos, acrescentando que "milhares de iranianos realizaram manifestações em várias cidades para rejeitar os tumultos".

Uma limitação ao acesso à internet imposta no final de semana ainda vigorava, dando a entender que os líderes clericais estão receosos de novos protestos.

No domingo, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, atribuiu os abalos no país a inimigos estrangeiros, como os Estados Unidos, acusando os manifestantes de serem "bandidos".