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Em despedida, chanceler de Macri defende Argentina "aberta, competitiva e estável"

04/12/2019 18h22

Por Lisandra Paraguassu

BENTO GONÇALVES (Reuters) - Prestes a deixar o cargo, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, defendeu uma Argentina "aberta, competitiva e estável", em um discurso de despedida durante a cúpula do Mercosul, nesta quarta-feira, que se contrapõe ao que se espera do novo governo de Alberto Fernández, que toma possa em uma semana.

A 55ª Cúpula do Mercosul, em Bento Gonçalves, marca a despedida de Faurie e também do chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Nóvoa, já que seus governos perderam as eleições recentes nos dois países e nenhum dos dois estará no próximo encontro do bloco, no Paraguai.

"Queremos uma Argentina aberta, competitiva e estável. E essa visão que queremos para a Argentina passa pelo Mercosul", disse Faurie, que chegou a se emocionar ao iniciar seu discurso.

O chanceler do governo do presidente Mauricio Macri tentou assegurar que seu país continuará trabalhando pela revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que se pretendia começar a reformular este ano, o que não ocorreu. Segundo ele, há uma convergência entre os quatro países e se continuará trabalhando no tema.

No entanto, não se sabe ainda o que o novo governo argentino irá propor quando tomar assento no Mercosul. Antes da eleição de Macri, o governo de Cristina Kirchner evitou se comprometer com mudanças na TEC. A única tentativa anterior de atualização, em 2010, não avançou pela falta de vontade dos governos da época.

Também se despedindo, Nin Nóvoa afirmou que há uma luta constante para reafirmar que o bloco está "vivo e que pode desenhar agendas modernas eficazes e de rápida solução".

"Nessa cúpula há dois governos que se concluem depois de eleições limpas e democrática. Os governos passam e as nações permanecem", disse.

Em um segundo discurso, na reunião com os Estados associados, o chanceler uruguaio lembrou que seu país condenou da mesma forma as tentativas os "atropelos à institucionalidade" tanto no Equador, como no Chile e agora na Bolívia, assim como condena há anos o desrespeito aos direitos humanos na Venezuela.

"Independentemente de afinidades ideológicos precisamos continuar construindo consensos pelo benefício da nossa população", defendeu.

(Edição de Pedro Fonseca)