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Soldados dos EUA embarcam para o Oriente Médio: "Vamos para a guerra"

Rich McKay

Fort Bragg (EUA)

07/01/2020 15h16

Para muitos dos soldados, será a primeira missão. Eles empacotaram munição e fuzis, fizeram ligações de última hora para familiares e amigos e entregaram os celulares. Alguns doaram sangue.

Os 600 soldados majoritariamente jovens em Fort Bragg, no estado norte-americano da Carolina do Norte (EUA), estavam a caminho do Oriente Médio e eram parte de um grupo de cerca de 3.500 paraquedistas enviados para a região. O Kuwait é a primeira parada de muitos. Seus destinos finais são confidenciais.

"Estamos indo para a guerra", comemorou um, fazendo sinal positivo com os polegares. Ele estava entre dezenas de soldados que carregavam caminhões diante de um edifício de concreto que abriga diversos auditórios com mesas e bancos compridos.

Dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenar o assassinato do comandante militar iraniano Qassim Suleimani com um drone, provocando temores de um novo conflito no Oriente Médio, os homens e mulheres da célebre 82ª Divisão Aérea do Exército estão partindo no maior "destacamento rápido" desde o terremoto de 2010 no Haiti.

O general do Exército James Mingus atravessou o mar de homens e mulheres de uniforme camuflado enquanto estes se preparavam para deixar a base próxima de Fayetteville, no domingo. Ele trocou apertos de mãos com as tropas, desejando-lhes sorte.

Um soldado de 27 anos de Ashboro, na Virgínia, disse que não se surpreendeu quando a ordem chegou.

"Estava assistindo ao noticiário, vendo como as coisas estão acontecendo por lá", disse ele, um dos vários soldados que a Reuters teve permissão de entrevistar sob a condição de não identificá-los. "Aí recebi uma mensagem de texto do meu sargento dizendo 'não vá a lugar nenhum'. E foi isso".

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O perigo parecia distante das mentes dos jovens soldados, mas muitos encheram a capela da base depois do café da manhã.

Um deles pegou uma correia presa a um caminhão de transporte e tentou prendê-la no cinto de um amigo distraído, uma última brincadeira antes de embarcar.

Os soldados mais velhos, na faixa dos 30 a 40 anos, estavam visivelmente mais contidos, tendo a experiência de ver camaradas voltarem para casa com uma perna ou dentro de um caixão.

"Esta é a missão, cara", disse Brian Knight, veterano aposentado do Exército que participou de cinco operações no Oriente Médio. "Eles estão empolgados para ir. O presidente chamou a 82ª".