Topo

Sindicatos franceses bloqueiam portos enquanto greve contra reforma na Previdência perde força

STEPHANE MAHE
Imagem: STEPHANE MAHE

16/01/2020 18h37

Por Forrest Crellin

PARIS (Reuters) - Sindicatos de trabalhadores franceses bloquearam portos e interromperam a produção de energia nesta quinta-feira para tentar forçar o presidente Emmanuel Macron a abandonar uma revisão das aposentadorias, mas o comparecimento às passeatas e protestos caiu novamente e o impacto das greves do setor de transportes se mostrou mais fraco. 

Na sexta jornada de protestos nacionais organizada pelos sindicatos, o Ministério do Interior contabilizou apenas 187 mil pessoas participando por todo o país, incluindo 23 mil em Paris, em comparação com os 452 mil da semana passada, 56 mil em Paris. 

A primeira grande manifestação contrária à reforma previdenciária ocorreu no dia 5 de dezembro, reunindo mais de 800 mil pessoas por todo o território francês. 

As greves do setor público estão agora no 43º dia, mas as paralisações perderam força desde que o governo Macron fez algumas concessões e os grevistas passaram a enfrentar cada vez mais pressões financeiras para ter de voltar ao trabalho. 

Dados públicos coletados pela Reuters mostram que o número de trens e metrôs em operação aumentou e que o engajamento com a greve diminuiu. 

Mas os líderes sindicais mais radicais reiteraram que continuariam lutando até que o governo desista de sua reforma da previdência.

Com o enfraquecimento da greve dos transportes, os sindicatos se voltaram para o bloqueio de portos. 

No último sábado, o primeiro-ministro Edouard Philippe ofereceu retirar os planos de aumento da idade de aposentadoria se o orçamento da Previdência puder ser equilibrado de outra maneira, impondo uma divisão entre os sindicatos radicais e os que estão focados apenas com a reforma.

"Na democracia, todos perdem quando os confrontos continuam", disse Roland Berger, líder da central moderada CFDT ao canal de televisão BFM TV.

(Reportagem de Forrest Crellin, Matthieu Protard, Sophie Louet e Lucien Libert)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC