Irã quer analisar caixas-pretas de avião abatido e diz que ainda não há planos de enviá-las ao exterior
Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - O Irã está tentando examinar as caixas-pretas de um avião ucraniano que seus militares derrubaram neste mês, informou a agência de notícias estatal Irna neste domingo, negando reportagem de que uma decisão foi tomada para enviar os gravadores do avião para a Ucrânia.
Todas as 176 pessoas a bordo do avião morreram em 8 de janeiro. O Canadá, que tinha 57 cidadãos a bordo, e outros países que perderam cidadãos disseram que os dados do voo e gravadores de voz devem ser analisados no exterior.
O desastre aéreo aumentou a pressão internacional sobre o Irã, num momento em que o país lida com uma longa disputa com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear e sua influência na região que se transformou brevemente em um conflito aberto neste mês.
As Forças Armadas do Irã disseram que derrubaram o voo 752 da Ukraine International Airlines por engano, após ataques de retaliação de Estados Unidos e Irã. Mas as autoridades demoraram a admitir o erro, provocando dias de protestos nas ruas do Irã.
"Estamos tentando ler as caixas-pretas aqui no Irã. Caso contrário, nossas opções são Ucrânia e França, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão para enviá-las para outro país", afirmou à Irna o diretor encarregado de investigações de acidentes na Organização de Aviação Civil do Irã, Hassan Rezaifar.
Rezaifar foi citado pela agência semi-oficial de notícias Tasnim do Irã no sábado, dizendo que as caixas-pretas não poderiam ser decodificadas no Irã e seriam enviadas para a Ucrânia após repetidos pedidos de Kiev. A Irna também informou neste domingo que o funcionário fez comentários semelhantes no dia anterior.
Não ficou claro imediatamente o que levou Rezaifar a voltar atrás.
O Boeing 737-800 estava a caminho de Teerã para a capital ucraniana. A maioria das pessoas a bordo era iraniana ou de nacionalidade dupla.
A Ucrânia disse anteriormente que esperava que os gravadores fossem entregues, enquanto o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse que a França era um dos poucos países com capacidade de ler informações sobre os gravadores.
A agência francesa de acidentes aéreos BEA disse no sábado que estava aguardando um pedido oficial de assistência.
(Por Parisa Hafezi em Dubai, Matthias Williams em Kiev)
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