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Ex-líder boliviano Evo Morales realiza marcha na Argentina para marcar fim do mandato

22.jan.2020 - Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, participa de evento em Buenos Aires, na Argentina, para marcar fim de seu mandato - Alfredo Luna/Telam/Xinhua
22.jan.2020 - Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, participa de evento em Buenos Aires, na Argentina, para marcar fim de seu mandato Imagem: Alfredo Luna/Telam/Xinhua

Cassandra Garrison e Lucila Sigal

Buenos Aires

23/01/2020 09h17

O ex-presidente boliviano Evo Morales realizou ontem um evento "comemorativo" no exílio em Buenos Aires para marcar o fim de seu mandato presidencial.

Morales, que mesmo à distância espera levar seu partido a uma nova vitória eleitoral este ano, vive na Argentina depois de renunciar à Presidência sob pressão em novembro, em consequência de uma reeleição polêmica que provocou protestos generalizados.

Falando diante de uma multidão de milhares de pessoas em um estádio esportivo na capital argentina, Morales afirmou que venceu a acirrada eleição de outubro e divulgou suas políticas como presidente, incluindo nacionalizar as indústrias de recursos naturais da Bolívia.

"Não é um caminho fácil e, é preciso dizer, é necessário fazer uma mudança profunda", disse Morales, que esteve no comando da Bolívia por quase 14 anos.

"Agradeço aos presentes neste evento muito importante, o aniversário de 14 anos do Estado plurinacional, por me acompanhar, por não me abandonar."

No domingo (19), Morales, que está impedido de concorrer à Presidência novamente, nomeou seu ex-ministro da Economia Luis Arce Catacora como candidato presidencial do partido Movimento ao Socialismo (MAS), com o ex-ministro das Relações Exteriores David Choquehuanca como seu companheiro de chapa para as eleições de 3 de maio na Bolívia.

A nova votação servirá como repetição da disputa de outubro e será a primeira em duas décadas sem Morales.

Morales renunciou em 10 de novembro, depois que uma auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) encontrou sérias irregularidades na contagem de votos. Morales nega qualquer ação errada e sustenta que foi deposto em um golpe.

Na terça-feira (21), o Congresso da Bolívia aceitou formalmente sua renúncia e a de seu vice, Álvaro García Linera.

(Reportagem adicional de Horacio Soria.)