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Sucessor de general iraniano morto terá mesmo destino se matar americanos, diz enviado dos EUA

O general de brigada Esmail Ghaani, apontado como o sucessor do iraniano Qassim Suleimani - Tasnim/Reuters
O general de brigada Esmail Ghaani, apontado como o sucessor do iraniano Qassim Suleimani Imagem: Tasnim/Reuters

Nafisa Eltahir e Parisa Hafezi)

Dubai

23/01/2020 09h40

O sucessor do comandante iraniano morto em um ataque de drone dos Estados Unidos sofrerá o mesmo destino se seguir um caminho semelhante de matar norte-americanos, disse o representante especial dos EUA para o Irã, Brian Hook, segundo o jornal Asharq al-Awsat.

Os EUA culparam Qassim Suleimani pelos ataques de milícias alinhadas ao Irã contra forças norte-americanas na região. O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o ataque com drone no dia 3 de janeiro no Iraque após uma escalada iniciada em dezembro com ataques com mísseis que mataram um norte-americano, que, segundo Washington, foi realizado por uma milícia alinhada ao Irã no Iraque.

O Irã respondeu ao assassinato de Suleimani lançando mísseis contra alvos dos EUA no Iraque em 8 de janeiro, sem causar a morte de nenhum soldado.

Após a morte de Suleimani, Teerã rapidamente nomeou Esmail Ghaani como novo chefe da Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária que lida com ações no exterior. Ghaani prometeu seguir o caminho de Suleimani.

"Se (Esmail) Ghaani seguir o mesmo caminho de matar americanos, ele encontrará o mesmo destino", disse o enviado dos EUA Brian Hook ao jornal em língua árabe Asharq al-Awsat.

Ele declarou na entrevista em Davos que Trump há muito tempo deixou claro "que qualquer ataque aos interesses americanos ou contra americanos teria uma resposta decisiva".

"Esta não é uma ameaça nova. O presidente sempre disse que sempre responderá decisivamente para proteger os interesses americanos", disse Hook. "Acho que o regime iraniano entende agora que eles não podem atacar os Estados Unidos e se safar".

Após sua nomeação, Ghaani afirmou que "continuaria neste caminho luminoso" adotado por Suleimani e que o objetivo era expulsar as forças dos EUA da região, política há muito tempo declarada do Irã.

O comandante aeroespacial da Guarda Revolucionária disse que quatro bases militares dos EUA na região foram usadas para implantar aeronaves e drones que desempenharam um papel no ataque de 3 de janeiro que matou Suleimani, incluindo duas bases no Iraque e outra no Kuwait.

"A maioria dos drones" decolou do Kuwait, disse Amirali Hajizadeh, chefe da unidade aeroespacial da Guarda, à televisão estatal, embora ele não tenha dito se um drone do Kuwait foi o responsável pelo ataque a Suleimani.

As tensões entre Washington e Teerã têm aumentado desde que Trump se retirou do acordo nuclear do Irã com as potências mundiais em 2018 e impôs novas duras sanções que atingiram a economia iraniana.