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Pichação antijudaica desperta ira na Itália antes do dia do Holocausto

24/01/2020 17h37

ROMA (Reuters) - Uma pichação antissemita foi encontrada na porta do filho de um sobrevivente do Holocausto na cidade italiana de Mondovi, no noroeste da Itália, nesta sexta-feira, causando indignação por parte de políticos e grupos de direitos humanos.

As palavras "Juden Hier" (Judeus Aqui) foram escritas acima de uma estrela de Davi na porta, relembrando os sinais colocados em edifícios da Alemanha nazista para marcar as casas e os negócios dos judeus locais.

A casa, em Mondovi, pertencia à Lidia Rolfi, que se juntou à resistência contra invasores nazistas na Segunda Guerra Mundial, mas foi rapidamente capturada e deportada para o campo de concentração de Ravensbrueck, na Alemanha, em 1944.

Ela conseguiu sobreviver e, mais tarde, escreveu vários livros denunciando os horrores dos campos, em um esforço para aumentar a conscientização sobre as atrocidades nazistas. Ela morreu em 1996 e seu filho Aldo agora vive na casa.

Ele publicou um artigo, em um jornal local, no início desta semana para marcar o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, em 27 de janeiro.

"Este é um sinal muito sério de intolerância e provocação, exatamente no momento em que nos lembramos do Holocausto", disse Milena Santerini, coordenadora nacional da luta contra o antissemitismo na Itália. Os políticos também expressaram indignação.

"É aqui aonde a cultura do ódio leva. O que mais deve acontecer para que as pessoas entendam que todos devemos nos mobilizar contra essa loucura?" disse Nicola Zingaretti, chefe do Partido Democrata (PD) da coalizão de centro-esquerda.

Liliana Segre, outra sobrevivente do Holocausto, foi colocada sob proteção policial em novembro, depois de receber ameaças de fanáticos da extrema-direita, destacando um aumento do antissemitismo na Itália.

O Observatório Antissemitismo registrou 251 episódios de antissemitismo em todo o país em 2019, ante 181 em 2018.

(Por Angelo Amante)