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Brasil e Índia assinam acordos bilaterais, incluindo bioenergia e segurança cibernética

25/01/2020 11h18

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assinaram neste sábado, em Nova Délhi, vários acordos bilaterais, englobando áreas comerciais, de bioenergia, segurança cibernética e agropecuária.

De acordo com Bolsonaro, os 15 acordos fechados são determinantes para alavancar a cooperação com o país asiático. "Nós, pela identidade existente, pela potencialidade das nossas nações, vamos avançar e muito", afirmou, conforme informações no site da Presidência da República.

Modi acrescentou que o abrangente plano de ação foi preparado para até o ano 2023, quando os dois países vão comemorar Jubileu de Platina (70 anos) das relações, também segundo o Planalto.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nota afirmando que foi assinado um acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), que contribuirá para estreitar ainda mais a cooperação econômica bilateral.

No Twitter, Bolsonaro publicou uma foto da reunião oficial com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, citando a assinatura dos vários acordos e ressaltando "grande interesse" indiano no desenvolvimento de biocombustíveis de etanol.

"A confiança do mundo no Brasil está de volta!", escreveu o presidente brasileiro na rede social.

Narendra Modi também publicou fotos com Bolsonaro no Twitter, afirmando que o encontro, o terceiro em oito meses, reflete a prioridade que o país dá à expansão dos laços Índia-Brasil.

Ele também citou que os dois países estão focados na expansão da cooperação no setor de defesa e que o país vê "imensas sinergias em várias questões, incluindo a necessidade de eliminar a ameaça do terrorismo".

Bolsonaro realiza visita de Estado à Índia até 27 de janeiro.

De acordo com informações no site G1, Bolsonaro disse ter recebido do primeiro-ministro indiano pedido para que o Brasil retire um questionamento na Organização Mundial do Comércio (OMC) a respeito do açúcar.

"Ele [Modi] me disse que o açúcar comerciado para fora equivale a 2% do montante. Então, isso é pequeno. Pedi ao Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] para [verificar] a possibilidade de rever essa posição do Brasil", declarou.

CONSELHO DA ONU

De acordo com o Planalto, o primeiro-ministro da Índia demonstrou apoio ao ingresso do Brasil como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), para um mandato de 2 anos, no período de 2022 a 2023. A Índia também pleiteia uma vaga.

"Nós vamos juntos, de mãos dadas, trazer reformas para a questão do Conselho de Segurança da ONU e em outras organizações internacionais", disse.

"Acredito que seria bom para o Brasil e para o mundo Brasil e Índia estarem nesse grupo", disse Bolsonaro sobre a entrada dos dois países no Conselho, durante entrevista a jornalistas.

(Por Paula Arend Laier, de São Paulo)