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Co-fundador do Pink Floyd se junta a manifestação a favor de Assange em Londres

22/02/2020 16h07

LONDRES (Reuters) - Centenas de pessoas, incluindo Roger Waters, co-fundador da banda de rock Pink Floyd, e a estilista Vivienne Westwood, marcharam pelo centro de Londres, neste sábado, exigindo que o fundador do Wikileaks, Julian Assange, fosse solto.

Um tribunal em Londres começará as audiências nesta segunda-feira para decidir se o australiano Assange deve ser extraditado aos Estados Unidos, quase uma década depois de o WikiLeaks irritar Washington ao publicar documentos secretos dos americanos. 

Assange, 48 anos, passou sete anos na embaixada do Equador, em Londres, antes de ser arrastado para fora, no último mês de abril, e é procurado nos EUA em 18 acusações criminais de conspiração por hackear os computadores do governo e violar a lei de espionagem. Pode passar décadas na prisão se for condenado. 

Herói para admiradores que dizem que ele expôs abusos de poder, Assange é tido pelos críticos como um perigoso inimigo do estado que minou a segurança do Ocidente. Ele afirma que a extradição é politicamente motivada por quem ficou envergonhado pelas suas revelações. 

Com placas declarando “Jornalismo não é crime” e “A verdade o libertará”, os manifestantes marcharam, neste sábado, da Australia House à Parliament Square, onde ouviram o pai de Assange, John Shipton. 

Shipton afirmou que o longo confinamento de Assange prejudicou sua saúde e teme que enviar seu filho aos Estados Unidos seria uma sentença de morte. 

Na quinta-feira, Dunja Mijatovic, Comissária dos Direitos Humanos do Conselho Europeu, afirmou que Assange não deveria ser extraditado porque isso teria um efeito assustador contra a liberdade de imprensa. 

Na sexta-feira, o advogado de Assange, Eric Dupont-Moretti, afirmou à rádio Europe 1 que a equipe legal de Assange estaria em contato com o presidente francês Emmanuel Macron para defender o asilo de Assange na França.

Assange afirmou que seu filho mais novo e sua mãe são franceses, mas um pedido prévio de asilo foi rejeitado pela França em 2015. 

Os apoiadores de Assange ficaram brevemente esperançosos esta semana com relatos de que ele poderia até mesmo receber um perdão do presidente americano Donald Trump.

Mas a Casa Branca rapidamente negou que Trump havia oferecido perdão a Assange se ele dissesse que os russos não se envolveram no vazamento de e-mails que prejudicou a campanha presidencial de Hillary Clinton em 2016 contra Trump. 

As audiências de extradição no tribunal de Woolwich Crown serão realizadas em duas partes, com a segunda não começando até maio, para permitir que os dois lados reúnam evidências.