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Preocupação global com o coronavírus cresce após novos casos na Coréia do Sul, Itália e Irã

23/02/2020 13h45

Por Jane Chung e Emily Chow

SEUL/SHANGAI (Reuters) - A apreensão internacional com a disseminação do coronavírus fora da China aumentou ainda mais neste domingo, com crescimento acentuado no número de infecções em três países: Coréia do Sul, Itália e Irã.

A Coréia do Sul ficou em alerta máximo depois que o número de infecções passou de 600, com seis mortes. A Itália testemunhou aumento para 132 casos e impôs restrições rigorosas em partes do país para tentar parar o contágio. Já o Irã registrou 43 casos, com oito mortes.

Na China, onde a grande maioria dos casos foram registrados, as autoridades contabilizaram 648 novas infecções - com aumento em relação ao dia anterior - mas apenas 18 delas fora província de Hubei, o número mais baixo fora do epicentro do vírus desde que as autoridades começaram a divulgar os dados há um mês e impuseram bloqueios na maior parte do país.

O vírus matou 2.442 pessoas na China, com 76.936 casos contabilizados no geral, freando a segunda maior economia do mundo. A doença se espalhou para outros 26 países e territórios, com o número de mortos ficando em cerca de duas dúzias, de acordo com uma contagem da Reuters.

O presidente da Coréia do Sul disse que o governo elevou o alerta da doença ao nível mais alto, permitindo que as autoridades enviem recursos extras para a cidade de Daegu e o condado de Cheongdo, que foram designados como "zonas de atendimento especial" na sexta-feira.

As autoridades da área da saúde relataram 169 novas infecções, elevando o total para 602, número que dobrou da sexta para o sábado.

A preocupação com o alcance e a rápida disseminação do coronavírus também cresceu na Europa e no Oriente Médio.

Na Itália, escolas e universidades foram fechadas e alguns jogos de futebol foram adiados nas regiões afetadas da Lombardia e do Vêneto, no coração industrial do país, ao norte.

Quase uma dúzia de cidades na Lombardia e no Veneto, com uma população combinada de cerca de 50.000 pessoas, foram efetivamente colocadas em quarentena, com os moradores locais instados a ficar em casa e com permissão especial necessária para entrar ou sair das áreas designadas.

O Irã relatou um total de 43 infecções, com oito mortes - tudo isso desde a última terça-feira.

Arábia Saudita, Kuwait, Iraque e Turquia impuseram restrições de viagem e imigração ao Irã, enquanto Omã neste domingo instou seus cidadãos a evitarem países com altas taxas de infecção, afirmando que os turistas originários desses países serão colocados em quarentena.

A OMS diz que o vírus é grave ou crítico em apenas um quinto dos pacientes infectados, sendo leve nos demais, mas o potencial impacto econômico da doença foi assunto premente em uma reunião dos ministros das finanças do G20 em Riad.

O chefe do Fundo Monetário Internacional disse que o crescimento da China em 2020 provavelmente não deve passar de 5,6%, uma queda de 0,4 ponto percentual em relação às perspectivas de janeiro, com 0,1 ponto percentual a menos no crescimento global.