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Chefe de direitos humanos da ONU critica políticas ambientais e imigratórias de Trump

27/02/2020 13h25

GENEBRA (Reuters) - A chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, disse nesta quinta-feira que o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, está ameaçando a saúde pública e os direitos das crianças com suas políticas ambientais e imigratórias.

Em um discurso ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a ex-presidente chilena criticou as medidas de Washington para reverter proteções ambientais, inclusive para rotas marítimas e pântanos, visando desregulamentar a economia norte-americana.

"Agora, poluentes sem tratamento podem ser lançados diretamente em milhões de quilômetros de córregos e rios, colocando os ecossistemas, a água potável e a saúde humana em risco. Padrões de emissões mais fracas de combustíveis para veículos e regulamentações reduzidas nas indústrias de petróleo e gás também podem prejudicar os direitos humanos", disse Bachelet.

Trump reduziu algumas proteções a terras públicas, incluindo o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico do Alasca e os Monumentos Nacionais de Bears Ears e Grand Staircase-Escalante de Utah, o que futuramente poderia permitir que empresas reivindiquem a prospecção e a mineração nestas regiões.

Bachelet também criticou as diretrizes dos EUA para a imigração, que disse provocarem preocupações consideráveis no tocante aos direitos humanos.

"Reduzir o número de pessoas que tentam entrar no país não deveria ser feito sem consideração pelas proteções (internacionais) a asilo e migrantes. A situação das crianças detidas é particularmente preocupante."

Desde janeiro de 2019, o governo Trump vem enviando imigrantes, a maioria da América Central, de volta ao México graças a uma diretriz chamada Protocolos de Proteção de Migrantes (MPP), também conhecida como Permaneça no México.

Diminuir a imigração para os EUA é um pilar do governo Trump e de sua campanha de reeleição em 2020.

Um de seus primeiros atos ao tomar posse, em janeiro de 2017, foi emitir um decreto presidencial cortando pela metade um plano para reassentar 110 mil refugiados naquele ano. Desde então, o teto vem sendo diminuído a cada ano de Trump no cargo.

(Por Michael Shields)