Iraque suspende Reuters por 3 meses por reportagem sobre casos de coronavírus
LONDRES (Reuters) - O Iraque suspendeu a licença da agência de notícias Reuters após publicação de reportagem dizendo que o número de casos confirmados de Covid-19 no país era maior do que o relatado oficialmente.
O regulador de mídia do Iraque afirmou que estava revogando a licença da Reuters por três meses e impôs multa de 25 milhões de dinares (21.000 dólares) pelo que disse ser violação das regras de transmissão da mídia.
Em uma carta à Reuters, a Comissão de Comunicações e Mídia informou que tomou a medida "porque esse assunto está ocorrendo nas circunstâncias atuais que têm sérias repercussões na saúde e segurança da sociedade".
A Reuters disse lamentar a decisão das autoridades iraquianas e que mantém a reportagem, que se baseou em várias fontes médicas e políticas bem posicionadas, e que incluiu completamente a posição do Ministério da Saúde do Iraque.
"Estamos tentando resolver a questão e trabalhando para garantir que continuemos a fornecer notícias confiáveis sobre o Iraque", afirmou a agência em comunicado.
A reportagem da Reuters, publicada em 2 de abril, citou três médicos envolvidos no processo de testes, um funcionário do Ministério da Saúde e uma autoridade política de alto escalão dizendo que o Iraque tinha milhares de casos confirmados de Covid-19, muitas vezes mais do que os 772 divulgados publicamente naquele momento.
A reportagem foi atualizada em 2 de abril para incluir uma negativa de um porta-voz do Ministério da Saúde, enviada por mensagem de texto.
Além da suspensão de três meses, a Reuters recebeu uma determinação para emitir um pedido de desculpas.
Até 13 de abril, o Iraque registrou 1.378 casos de Covid-19, incluindo 78 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
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