Sino de Notre-Dame romperá silêncio do isolamento um ano após incêndio
Um ano após o incêndio que devastou Notre-Dame de Paris assombrar o mundo, o grande sino da catedral soará na noite desta quarta-feira, como um marco da resistência do edifício e dos médicos que enfrentam a epidemia de coronavírus na França.
O sino só soou uma vez desde 15 de abril de 2019, quando as chamas irromperam e consumiram o pináculo e o teto e, segundo as autoridades, ficou a meia hora de destruir totalmente a catedral de 850 anos.
Ele dobrará às 20h (horário local), coincidindo com a hora em que os parisienses aplaudirão de suas janelas e sacadas em homenagem aos profissionais na linha de frente que arriscam a vida para tratar pacientes da Covid-19. O surto já matou quase 16 mil pessoas no país.
"A restauração de Notre-Dame... é um símbolo da resistência do nosso povo, da capacidade de superar adversidades e se recuperar", disse o presidente Emmanuel Macron nesta quarta-feira.
Ele reiterou a promessa de reconstruir Notre-Dame em cinco anos, mas as obras para garantir a solidez estrutural da catedral estão com meses de atraso, primeiramente por causa das tempestades de inverno e agora devido à pandemia.
"Nosso objetivo é preparar a catedral para uma missa em 16 de abril de 2024", disse Jean-Louis Georgelin, general aposentado do Exército que lidera o projeto de restauração, à Reuters. "É claro, isso não significa que tudo estará terminado."
Mas o campanário sul da catedral, que abriga o sino de 13 toneladas forjado em 1681, o segundo maior do país, está estruturalmente intacto.
O sino é tradicionalmente tocado para grandes celebrações religiosas, visitas papais e funerais presidenciais, e soou apenas uma vez desde o incêndio, em setembro, em homenagem ao ex-presidente Jacques Chirac, que morreu naquele mês.
Na noite desta quarta-feira, dois tocadores o farão soar novamente.
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