Índia ajudará trabalhadores migrantes a deixarem cidades em meio a aumento de infecções
Por Devjyot Ghoshal e Jatindra Dash
NOVA DÉLHI/BHUBANESWAR (Reuters) - A Índia mobilizará mais trens e ônibus especiais para permitir que milhões de trabalhadores migrantes aflitos partam das grandes cidades, anunciou o governo federal nesta terça-feira, enquanto em alguns Estados é cada vez maior a preocupação com o aumento de infecções trazidas pelos que voltam para casa.
Os trabalhadores estão caminhando longas distâncias ao sair de suas casas no interior desde que o primeiro-ministro, Narendra Modi, impôs um isolamento vasto em março para controlar a disseminação do coronavírus, suspendendo todo o transporte público.
Depois de inicialmente tentar mantê-los nas cidades em que estão empregados, agora as autoridades os estão ajudando a ir para casa.
O Ministério da Habitação disse estar trabalhando com os Estados para acionar trens e ônibus especiais e estabelecer locais de repouso para os caminhantes.
A medida coincide com a marca de mais de 100 mil casos confirmados nesta terça-feira no país – um número que supera o da China, onde o vírus surgiu no final do ano passado.
O receio é que os migrantes, que estão deixando focos de coronavírus como Mumbai, Nova Délhi e Ahmedabad, possam estar levando o vírus para o interior.
Desde o início de maio, cerca de 70% de todos os casos de coronavírus de Bihar, Estado densamente povoado do leste, foram ligados a trabalhadores migrantes, disse a principal autoridade estadual de saúde, Sanjay Kumar.
"A maior prioridade são as pessoas que estão vindo de Délhi, porque este tem a maior porcentagem de casos positivos", disse Kumar à Reuters.
Em Odisha, também no leste, 851 dos 978 casos confirmados até esta terça-feira eram de pessoas retornando, a maioria trabalhadores migrantes, de acordo com dados estaduais.
No distrito de Ganjam, mais de 53 mil migrantes foram examinados e postos em quarentena desde o começo de março, e outros 200 mil são esperados no final deste mês, disse uma autoridade de saúde.
O funcionário disse que administrar tais números é desafiador.
"As coisas estão sob controle, mas poderíamos ter lidado com isso muito melhor se as pessoas tivessem sido trazidas em números menores e em fases", disse.
(Por Devjyot Ghoshal em Nova Délhi e Jatindra Dash em Bhubaneshwar)
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