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Polícia britânica diz que assessor de premiê pode ter cometido violação do isolamento

Dominic Cummings, assessor de alto escalão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson - Toby Melville
Dominic Cummings, assessor de alto escalão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson Imagem: Toby Melville

Guy Faulconbridge

Londres

28/05/2020 12h12

LONDRES (Reuters) - A polícia do Reino Unido disse que Dominic Cummings, assessor de alto escalão do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pode ter violado as regras do isolamento do coronavírus ao viajar de carro com sua esposa e filho até um castelo, mas disse que não tomará nenhuma providência.

Cummings, que fez campanha pela aprovação da separação britânica da União Europeia no referendo de 2016 e ajudou na vitória eleitoral de Johnson em 2019, está lutando para manter o emprego desde que revelações sobre uma longa viagem de carro no auge do isolamento provocaram revolta em todo o país.

Ele se recusou a pedir desculpas pela viagem, durante a qual percorreu 400 quilômetros até a propriedade de seus pais no norte da Inglaterra e foi a um castelo local para, segundo ele, testar sua visão e sua habilidade ao volante após ter adoecido.

A polícia de Durham disse que Cummings não cometeu um delito ao ir para a propriedade de seu pai em Durham, mas que a viagem de 41 quilômetros até o Castelo Barnard pode ter sido uma violação secundária dos regulamentos.

A corporação disse que "concluiu que pode ter havido uma violação secundária dos regulamentos que teria justificado uma intervenção policial".

"A força policial de Durham vê isto como uma violação secundária porque não houve violação aparente do distanciamento social".

A polícia ainda disse que, se um agente tivesse parado Cummings durante a viagem, teria o aconselhado a voltar para a casa dos pais.

Johnson e ministros de seu governo disseram várias vezes que Cummings não fez nada de errado ao viajar à propriedade de seu pai, enquanto quase 70 milhões de cidadãos britânicos aderiam ao conselho do governo de ficar em casa.

O relato sobre a viagem de Cummings foi publicado primeiramente pelos jornais The Mirror e The Guardian.

O premiê e seu escritório de Downing Street disseram que algumas das reportagens sobre seu assessor são inexatas.

A polícia disse não ter encontrado indícios suficientes para corroborar as reportagens segundo as quais Cummings voltou a Durham no dia 19 de abril.

"A força policial de Durham não adotará outras ações nesta questão e informou o senhor Cummings de sua decisão".

Downing Street disse que Johnson vê a questão superada.

"O primeiro-ministro disse que acredita que o senhor Cummings se comportou sensata e legalmente, dadas todas as circunstâncias, e considera o assunto encerrado", disse o porta-voz de Downing Street.

(Por Guy Faulconbridge)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF