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Autoridades de Hong Kong criticam Trump sobre encerramento de status especial da cidade

30/05/2020 13h34

Por Jessie Pang e Greg Torode

HONG KONG (Reuters) - Autoridades de Hong Kong criticaram, neste sábado, as ações tomadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para retirar o status especial da cidade com o objetivo de punir a China por impor leis de segurança nacional ao polo financeiro global.

Falando horas depois de Trump dizer que a cidade não tem mais privilégios econômicos garantidos e que alguns oficiais poderiam ser punidos, o ministro da Segurança, John Lee, disse a repórteres que Hong Kong não cede a ameaças e que seguiria em frente com as novas leis.

"Não acho que terão sucesso em ameaças de qualquer forma ao governo (de Hong Kong) porque acreditamos que estamos fazendo a coisa certa", disse Lee.

A ministra da Justiça, Teresa Cheng, disse que a base para as ações de Trump é "completamente falsa e errada", dizendo que as leis de segurança nacional eram legais e necessárias para a ex-colônia do Reino Unido.

Adotando um tom duro, Trump disse que Pequim quebrou sua palavra em relação ao alto nível de autonomia de Hong Kong em relação ao governo central ao propor legislação de segurança nacional e que o território não mais justificava privilégios econômicos dos EUA.

"Tomaremos ações para evogar o tratamento preferencial de Hong Kong como um território alfandegário e de viagens separado do resto da China", disse Trump, acrescentando que Washington também poderia impor sanções a indivíduos vistos como responsáveis por "sufocar - simplesmente sufocar - a liberdade de Hong Kong".

Trump afirmou a repórteres na Casa Branca que a medida da China foi uma tragédia para o mundo, mas não deu um cronograma para sua reação, deixando moradores, empresas e oficiais de Hong Kong ponderando o quão longe sua administração está disposta a ir.

A Câmera Americana do Comércio em Hong Kong afirmou que sábado foi um "dia triste" para a cidade mais livre da China.

"É um momento emotivo para americanos em Hong Kong e demorará um tempo para empresas e famílias digerirem as ramificações", disse a presidente da AmCham, Tara Joseph, em um comunicado.

"Muitos de nós… temos laços com a cidade e com o povo de Hong Kong. Amamos Hong Kong e é um dia triste", disse ela, acrescentando que a câmera continuaria a trabalhar pelos seus membros para manter o status de Hong Kong como um vital centro de negócios.